A Educação a Distância foi submetida a uma verdadeira revolução neste último século, o advento das tecnologias de informações, sobretudo a internet, favoreceu horizontes sem dúvidas impensáveis em 1904, quando iniciou sua história no Brasil, onde Ensino Superior apoiou esta prática por meio da Lei das Diretrizes Básicas da Educação de 20 de dezembro de1996. A Educação a Distância foi legitimada, apoiada, fortalecida e incentivada em todos os seus níveis. A partir de então as instituições de ensino organizaram-se de acordo com a evolução tecnológica e dos profissionais de educação, quebraram-se paradigmas educacionais, barreiras, distância e acesso, favorecendo a inclusão ao ensino independentemente do local onde o cidadão brasileiro se encontra, por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem.
A Educação a Distância vem se fortalecendo e transformando-se em prática educativa com forte poder pedagógico em todos os sentidos. Para desenvolver este estudo optou-se pela pesquisa de cunho bibliográfica, com o objetivo de observar a evolução da Educação a Distância no âmbito do Ensino Superior no nosso país, apontando os diversos fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet e vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas em todo o globo aonde este professor chega, em tempo real, a diversos lugares.
1. INTRODUÇÃO
A Educação a Distância está consolidada no Brasil fato muito colaborado pelo avanço das tecnologias de informação onde, em cem anos de historia, proporcionou um crescimento surpreendente, indo dos correios aos moderníssimos ambientes virtuais de aprendizagem. O Ensino Superior no Brasil igualmente neste último século sofreu transformações sem abrir mão das tecnologias, permitindo em sua organização adotar metodologias para uso no Ensino a Distância.
No caminhar desta evolução um componente de forte respaldo a prática no Ensino superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação a LDB no ano de 1996. Em seu artigo de número oitenta, fornece mecanismos de criação e incentivo do ensino a distância em todos os níveis da Educação brasileira. Isto possibilitou crescimento expressivo à EAD no ensino superior, pois as instituições de ensino organizaram-se de tal forma em consonância com o avanço tecnológico que, barreiras, distâncias, paradigmas educacionais, inclusão e acesso começaram a serem quebrados.
A educação a distância tornou-se uma real prática educacional com relevante interação pedagógica onde o educador de igual maneira acompanhou esta evolução assumindo novos métodos visando o favorecimento do ensino-aprendizagem e posicionamento frente à nova abordagem de ensino que vivenciamos.
Sendo assim, esse trabalho destina-se a observar a história da evolução da Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil, apontando os principais fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet que vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas, em todo globo onde este professor chega em tempo real a diversos lugares.
Foi realizado através da revisão bibliográfica de autores da modalidade Educação a Distância, enfatizando a evolução no contexto do Ensino Superior no nosso país.
Visando atender ao objetivo proposto, este artigo está estruturado em 5 seções, esta primeira introdutória. Na seção 2 serão apresentados elementos que demonstrem a trajetória de evolução da Educação a Distância no Ensino superior no Brasil e suas características, na seção 3 dar-se-á ênfase à discussão sobre os ambientes virtuais de aprendizagem onde em seu avanço fortaleceu os propósitos da educação a distância, na seção de número 4 a discussão ocorrerá sobre o sistema de avaliação no ensino a distância, finalmente na seção 5 são realizadas as considerações finais.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A educação a distância pode ser compreendida como um processo de ensino e de aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente (MORAN, 2002).
De acordo com Santos (2007), o controle do aprendizado é mais intenso pelo aluno do que pelo professor e está comunicação é feita por impressos ou alguma forma de tecnologia e que o conhecimento esta disponível a todos independente do lugar que esteja.
Ribeiro (2007) a Educação é uma modalidade de educação que permite comunicação e interação entre os participantes não sendo necessária a presença dos mesmos em uma mesma sala de aula.
Muito provavelmente o Ensino a Distância (EAD) originou-se de diversas razões dentre elas destacamos razões de cunho social, profissional até mesmo cultural indo de encontro a fatores como isolamento, flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou a empregabilidade. Existe há, pelo menos, desde o final do século XVIII, desenvolvendo mais amplamente a partir de meados do século XIX, quando foi criado o primeiro curso por correspondência, por Sir Isaac Pitman, o Correspondence Colleges no Reino Unido (VIDAL, 2002).
Queiroz (2003) destaca que o Ensino Superior no Brasil é recente e graças à vinda da família real para o Brasil em 1808 e que sua expansão sempre esteve relacionada com o desenvolvimento econômico do país, portanto tendo um crescimento a partir da década de 50 do século passado, onde se percebe notadamente nos anos 80 uma dificuldade de expansão, mas, a partir dos anos 90, verifica-se que o quantitativo de vagas vem crescendo cerca de 7 % ao ano. Este Ensino Superior brasileiro é marcado fundamentalmente por sua heterogeneidade distinguindo-se um do outro sob vários aspectos formais inclusive na sua natureza institucional, personalidade jurídica de sua mantenedora, com ou sem fins lucrativos e até confessional, ou seja, qual religião está vinculada. Vale sempre ressaltar que o Ensino a Distância permeou esta evolução do Ensino Superior no nosso país.
Desta forma Torres (2004) faz um resgate da história da Educação a Distância brasileira conforme quadro abaixo:
Breve histórico do uso de tecnologias da EAD no Brasil
• 1904 – Mídia impressa e correio – ensino por correspondência privado
• 1923 – Rádio Educativo Comunitário
• 1965 – 1970 – Criação das TVs Educativas pelo poder público
• 1980 – Oferta de supletivos via telecursos (televisão e matérias impressos), por fundações sem fins lucrativos
• 1985 – Uso do computador “stand alone” ou rede local nas universidades
• 1985 -1998 – Uso de mídias de armazenamento (vídeo-aulas, disquetes, CD – ROM, etc.) como meios complementares
• 1989 – Criação da Rede Nacional de Pesquisa (uso do BBS, Bitnet, e e-mail)
• 1990 – Uso intensivo de teleconferência (cursos via satélite) em programas de capacitação a distância
• 1994 – Início da oferta de cursos superiores a distância por mídia impressa
• 1995 – Disseminação da Internet nas Instituições de Ensino Superior via RNP
• 1996 – Rede de videoconferência – Início de mestrado a distância, por universidade pública em parceria com empresa privada
• 1997 – Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – Inicio da oferta de especialização a distância, via internet, em universidades públicas e particulares
• 1999 – 2001 – Criação de redes públicas, privadas e confessionais para a cooperação em tecnologias e metodologia para o das NTIC na EAD
• 1999 – 2002 – Credenciamento oficial de instituições universitárias para atuar em educação à distância
Fonte: Torres (2004, p. 3)
Em cem anos de história a Educação a Distância percorre do ensino por correspondência até à Universidade. Permitindo que as instituições de ensino público ou privado que dedicaram aos temas de EAD, dominassem em pouco tempo a tecnologia digital para criar ambientes virtuais de aprendizagem, oportunizando o aparecimento de cursos à distância em escala nacional bem como toda a abordagem pedagógica necessária. “Ao final de 2002, o número de alunos em 60 cursos superiores à distância registrados perante os órgãos oficiais alcançava 84.397”(Torres, 2004 p 04). Este número saltou fantasticamente 02 anos mais tarde expressivos “77 cursos e com 160 mil alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação no país” (RIBEIRO, 2007 p 08).
Segundo Almeida (2002), desde o uso do correio como um meio de transmissão de informações, já a partir do século XIX tem proporcionado oportunidade de acesso ao ensino a aqueles que não tiveram oportunidade de cursar o ensino regular no período em deveria ter cursado o que lhe valeu a conotação de educação de baixo custo e de segunda classe.
A Educação a Distância tem, realmente, uma longa história. Alguns dizem que data, pelo menos, das epístolas de São Paulo. E, certamente, já foi significativa e comercialmente, uma atividade no século 19, na forma de cursos por correspondência para o treinamento vocacional e educação continuada. Mas, foi na segunda metade do século 20 que a EAD ganhou certo grau de respeito e reconhecimento na educação pública. O respeito e reconhecimento têm muito a ver com o grande sucesso, sob qualquer critério, da Universidade Aberta da Inglaterra (Open University - OU). Esta instituição abriu sua "porta virtual" para os primeiros alunos em 1970 e já em 1990 era não apenas a maior, mas, em vários aspectos, também a melhor universidade do Reino Unido.( ROMISZOWSKI,2005 p 01).
De acordo com Moran (2009), Após um período em que predominou a experimentação, hoje podemos dizer que a educação a distância está em franca consolidação em todos os setores e níveis de ensino do Brasil. Onde com clareza foi manifestada uma fase de amadurecimento, maior regulação governamental, metodologia de ensino e avaliação entre outros, culminando numa fase de consolidação do Ensino a Distância, onde é tratada como uma política pública com forte apoio governamental.
A Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu art. 80 informa que poder público incentivará o desenvolvendo e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para a produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para a sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
§ 4º A educação a distancia gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder Público, pelos concessionários de canais comerciais (LEI FEDERAL Nº 9394 DE 20 DEZEMBRO DE 1996).
O decreto da Presidência da República Nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 que regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, em seu Capítulo I art. 1º, caracteriza a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
§ 1º A educação a distancia organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:
I – avaliação de estudantes;
II – estágios obrigatórios, quando previsto na legislação pertinente;
III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previsto na legislação pertinente; e
IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.
Em seu Art2º dispõe que a educação a distancia poderá ser oferta no ensino superior da seguinte maneira:
V – educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas:
a) Sequenciais;
b) De graduação;
c) De especialização;
d) De mestrado; e
e) De doutorado. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5622 DE 19 DE DEZEMBRO 1996)
O decreto da Presidência da República Nº 5.773, de 09 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação sequenciais no sistema federal de ensino. Em seu artigo 1º decreta:
§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais.
§ 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino coma legislação aplicável.
§ 3º A avaliação realizada pelo Sistema nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade.
Art. 2º O sistema federal de ensino superior compreende as instituições federais de educação superior, as instituições de educação superiores criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de educação superior. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5773 DE 09 DE MAIO 2006)
De acordo com Moran (2009 p 01) Com a Lei de Diretrizes Básicas da educação em 1996 “O Brasil legalizou a educação a distância pela primeira vez” e com o advento da internet passamos do modelo por correspondência ao digital.
3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – AVA
A evolução das tecnologias de informação e, consequentemente, comunicação possibilitou novas perspectivas para Educação a Distância, devido às facilidades que os sistemas computacionais proporcionam: informações organizadas através dos ambientes virtuais de aprendizagem (ALMEIDA, 2002).
No Brasil,
A Universidade Virtual é uma realidade no Brasil desde 1996 pelo uso da videoconferência, quando a Universidade Federal de Santa Catarina lança o primeiro mestrado a distância, e desde 1997/1998 pelo uso intensivo de ambientes virtuais de aprendizagem via internet na oferta de especializações a distancia pela Universidade Federal de São Paulo, na área de Saúde; pela Universidade Anhembi Morumbi, na área de moda; e pela UFSC na área de gestão... (TORRES, 2004 p 07).
A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto-estudo, aprendizagem dirigida, fundamentais no ensino a distância, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2006).
Ribeiro (2007 p 04) aponta que a Internet permitiu que a Educação a Distância tornasse mais atrativa, pois os ambientes virtuais de aprendizagem “são software educacionais via internet, destinados a apoiar as atividades de educação a distância” podem ser utilizados em atividades presenciais, possibilitando aumentar interações para além da sala de aula. Em atividades semipresenciais, nos encontros presenciais e nas atividades presenciais.
O sucesso da internet e sua rápida expansão pelo mundo a partir dos anos 90 favoreceram a criação de ambientes virtuais de aprendizagem que consiste em uma opção de mídia que é utilizada na mediação do processo ensino aprendizagem a distancia onde os participantes comunicam entre independente da hora e local onde estejam (PEREIRA, 2007).
Os ambientes virtuais permitem que os alunos se transformem em produtores de informação, atuantes através dos portfólios individuais produzidos durante o curso, “o desafio agora consiste em tornar essas comunicações em algo construtivo para a aprendizagem para que isso ocorra, será necessário uma espécie de contrato de conversação na maioria das vezes implícito...” (DILLENBURG 2003 apud COSTA 2005 p 07).
Os recursos que os ambientes virtuais utilizam são os mesmos existentes na internet tais como correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos entre outros. Assim sendo a Educação a Distância nesta concepção, está relacionada com uma cultura tecnológica promovendo o rompimento com as distancias espaço temporais através da interatividade (ALMEIDA, 2002).
Os usos destas ferramentas requerem e induzem a elaboração de estratégias diferenciadas de aprendizagem, onde a interação entre os participantes é possível a construção de um saber comum, a um nível ainda não alcançado na educação tradicionalmente como conhecemos (ASSIS, 2002).
Oliveira (2003) constata que os ambientes virtuais de aprendizagem permitem o gerenciamento do banco de dados e o controle total das informações circuladas e no ambiente, oferecendo a oportunidade de grande número de pessoas dispersas pelo mundo interajam em tempo e espaço variados.
Para Pereira (2007) os ambientes virtuais de aprendizagem utilizam a internet de uma maneira integrada e virtual com as seguintes características:
• O acesso a informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização de documentos (arquivos);
• A comunicação síncrona e assíncrona;
• O gerenciamento dos processos administrativos e pedagógicos;
• A produção de atividades individuais ou em grupo
Para Almeida:
Participar de um ambiente virtual significa atuar nesse ambiente, expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências e produzir conhecimento. Cada pessoa busca informações que lhe são mais pertinentes, internaliza-as, apropria-se delas e as transforma em uma nova representação, ao mesmo tempo em que transforma-se e volta a agir no grupo transformado e transformando (ALMEIDA, 2002 p 02).
Portanto, a educação baseada na web utilizando as ferramentas desenvolvidas ou em desenvolvimento, tem fortalecido a educação a distância através dos ambientes virtuais de aprendizagem e não existe uma ferramenta correta o que determina a opção da instituição de ensino pela ferramenta, são suas necessidades exigidas nos seus programas educacionais(PEREIRA, 2007).
4. A AVALIAÇÃO NO ENSINO A DISTÂNCIA
Em cem anos de evolução a sala de aula na forma que conhecíamos transformou em um ambiente virtual, o que muito difere do estilo apresentado pelas aulas presenciais. Nesta mesma linha de evolução a avaliação do ensino aprendizagem também evoluiu sendo que o professor, formador ou educador passa a ter acréscimo de atribuições como uso de ferramentas, recursos tecnológicos, participação em equipe multidisciplinar assumindo um papel de coordenador, organizador e estimulador do conhecimento uma vez que este aluno passa a ter uma aprendizagem autônoma, porém, sob orientação (FALAVIGNA, 2008).
Para Luckesi Avaliar é:
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O ato de examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que é examinado. O ato de avaliar tem seus focos na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modo de ser, são atos praticamente opostos; no entanto professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação (LUCKESI, 2002 p 05).
A avaliação pode ser compreendida como uma ação pedagógica necessária para a qualidade do processo ensino aprendizagem, facilmente observada três funções didáticas sendo elas: Diagnóstica esta inserida na etapa inicial do educando, ou seja, levantamento da situação inicial; Formativa onde sua principal utilidade é demonstrar erros e acertos de educando e educador no processo ensino-aprendizagem possibilitando o aperfeiçoamento de ambas as partes; Por fim é considerada avaliação somativa, pois visa verificar o nível de aproveitamento do aluno ao final do curso (PILETTI 1987, apud LIBÂNEO, 1991, apud HAYDT, 2002 apud SANTOS. 2007).
Para Almeida (2001) a avaliação formativa serve como um parâmetro de controle no processo ensino-aprendizagem.
Os ambientes virtuais de aprendizagem possuem ferramentas que permitem ao professor, educador avalie o desempenho apresentado pelo aluno, pois é desafiador o fato de aluno e professor não estarem juntos em mesma sala de aula. Na Educação a Distância o processo de ensinar e aprender possui particularidades especiais e requerem habilidades do educador tendo em sua ação avaliadora uma exigência maior do que na avaliação presencial onde existe a interação direta do binômio aluno/professor (TURRIONI, 2010).
Sem dúvida todo educador há de concordar que a avaliação por si só constitui-se num dos pontos mais delicados da prática docente, o professor preocupa-se com o resultado da avaliação, pois oferecem parâmetros de avaliação sobre sua própria atuação que com certeza refletirá numa melhor abordagem ao discente, e não se resumindo ao simples fato de avaliação do aluno. A avaliação no ensino a distância implica em repensar o próprio paradigma educacional (HAYDT, 1997, apud SANAVRIA, 2008).
Vidal classifica em níveis a avaliação no ensino a distância:
A avaliação do formando, que pretende comparar os conhecimentos e aptidões adquiridos por eles. Esta avaliação pode ser feita, recorrendo a testes ou exames finais, trabalhos realizados individualmente ou em grupo, podendo ser realizados no inicio do curso (pré-testes), durante e após a conclusão (pós-testes), conforme o interesse, necessidade e evolução do formando.
A avaliação da formação pode ser utilizada para rever o curso à medida que ele está implementado. Verificar se os objetivos são os adequados, bem como o nível de satisfação individual, assim como a opinião do formando sobre os conteúdos programáticos, os aspectos positivos ou negativos.
A avaliação do sistema, que permite avaliar as tecnologias utilizadas, a avaliação, o atendimento, os serviços, a duração e a organização (VIDAL, 2002 p 32).
Saraiva (1995) acredita que avaliação é um processo sistemático de levantamento e interpretações de informações que fundamentam o julgamento de mérito de valor de um objeto e que devem levar em consideração a estrutura de seu contexto tais como valores, percepções, motivações e intenções.
Segundo o MEC (2000) no ensino superior o modelo de avaliação da aprendizagem do aluno deve considerar seu ritmo e proporcionar desenvolvimento cognitivo, habilidades e atitudes visando primordialmente alcançar os objetivos propostos, e esta avaliação permita ao aluno segurança tornando autônomo, critico responsável maduro intelectualmente e seja fruto da qualidade do processo ensino aprendizagem da educação a distância. A avaliação responsável é fundamental para que o diploma conferido seja legitimado pela sociedade.
Avaliação é realmente um grande desafio e muito mais complexa que no modelo presencial para Oliveira (2003) a avaliação da aprendizagem do aluno dever estar atrelada a uma avaliação institucional que deverá conter aspectos como:
A qualidade dos métodos, meios e materiais utilizados;
A tutoria desenvolvida, em seus vários procedimentos e estratégias;
A organização interna do curso, o planejamento, o cronograma etc.;
O acompanhamento dos alunos, procurando-se examinar os efeitos do curso sobre suas vidas profissionais;
A evasão e as dificuldades encontradas pelos alunos;
As relações sócio-pedagógicas, assim como a integração dos sujeitos envolvidos e a orientação formativa;
O impacto do curso sobre a comunidade externa, o interesse despertado, a ênfase qualitativa e a “reputação” que vai construindo, entre outros aspectos;
E os procedimentos de avaliação de aprendizagem utilizados.
Esta forma de avaliação institucional deve ser um empreendimento coletivo que em principio... deve compreender os sentidos múltiplos e até mesmo contraditórios dos processos relacionados, que tornam a educação a distancia formadora de uma comunidade de comunicação. (OLIVEIRA, 2003 p 04).
No nosso país, diversas instituições de ensino, pública e privada, têm utilizado dos ambientes de aprendizagem do ensino a distância para auxiliar os métodos tradicionais de ensino no tocante a avaliações virtuais, que por sua vez tem sido um atrativo a mais, onde os alunos tem apresentado uma motivação maior nas disciplinas cursadas. No entanto Justulin (2004)
acredita que embora as tecnologias proporcionassem um enorme avanço a educação a distancia ainda resta um grande problema a ser resolvido: “a maneira como o qual o aluno é avaliado”. Uma vez que a mesma é feita através de informações repassadas pelo aluno ao professor onde através de comentários e sugestões cumpre o ato de avaliar.
Basicamente, um sistema de avaliação do ensino a distancia é composto de uma interface com o aluno e um sistema de busca e avaliação, onde o professor fica responsável por inserir o conhecimento sobre um determinado assunto. O aluno, então, é avaliado de acordo com a base de dados existente, e um retorno é enviado tanto para o aluno, como ao professor (JUSTULIN, 2004 p 03).
A avaliação pelo método tradicional sem dúvida pelo fato de estar diante com aluno tem sido uma atividade menos difícil, todavia a educação a distância tem virado esta página através dos ambientes virtuais de aprendizagem que permitem superar a distância entre professor e aluno, quer seja via satélite ou através do professor tutor. Portanto para que o processo atinja o ponto ideal faz necessário “a construção de um elo de aproximação, sem perder de vistas as qualidades e exigências que um curso superior exige.” (ARRUDA, 2009 p 02)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os autores acima citados a Educação a Distância no Ensino Superior sofreu diversas transformações em pouco mais de um século, seguramente alicerçada pelo avanço tecnológico adquirido nos últimos anos, onde a evolução dos ambientes virtuais de aprendizagem tem oportunizado acesso ao ensino superior bem como a cursos de pós-graduação à brasileiros em todos os cantos do país.
Considerando as dimensões do território nacional em todas as suas particularidades de acesso o Ensino Superior a Distância, através da revolução vivenciada dos sistemas de informação, os ambientes virtuais de aprendizagem tem apresentado com forte opção de inclusão a academia, para tanto deverá sempre está norteada por ações políticas pedagógicas de estimulo a um ensino de qualidade e imaculado, livre de dúvidas em todo processo.
Portanto, o momento é oportuno para avançarmos rumo à flexibilização entre o virtual e o presencial em comum acordo metodológico, tecnológico e de avaliação.
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A Educação a Distância vem se fortalecendo e transformando-se em prática educativa com forte poder pedagógico em todos os sentidos. Para desenvolver este estudo optou-se pela pesquisa de cunho bibliográfica, com o objetivo de observar a evolução da Educação a Distância no âmbito do Ensino Superior no nosso país, apontando os diversos fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet e vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas em todo o globo aonde este professor chega, em tempo real, a diversos lugares.
1. INTRODUÇÃO
A Educação a Distância está consolidada no Brasil fato muito colaborado pelo avanço das tecnologias de informação onde, em cem anos de historia, proporcionou um crescimento surpreendente, indo dos correios aos moderníssimos ambientes virtuais de aprendizagem. O Ensino Superior no Brasil igualmente neste último século sofreu transformações sem abrir mão das tecnologias, permitindo em sua organização adotar metodologias para uso no Ensino a Distância.
No caminhar desta evolução um componente de forte respaldo a prática no Ensino superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação a LDB no ano de 1996. Em seu artigo de número oitenta, fornece mecanismos de criação e incentivo do ensino a distância em todos os níveis da Educação brasileira. Isto possibilitou crescimento expressivo à EAD no ensino superior, pois as instituições de ensino organizaram-se de tal forma em consonância com o avanço tecnológico que, barreiras, distâncias, paradigmas educacionais, inclusão e acesso começaram a serem quebrados.
A educação a distância tornou-se uma real prática educacional com relevante interação pedagógica onde o educador de igual maneira acompanhou esta evolução assumindo novos métodos visando o favorecimento do ensino-aprendizagem e posicionamento frente à nova abordagem de ensino que vivenciamos.
Sendo assim, esse trabalho destina-se a observar a história da evolução da Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil, apontando os principais fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet que vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas, em todo globo onde este professor chega em tempo real a diversos lugares.
Foi realizado através da revisão bibliográfica de autores da modalidade Educação a Distância, enfatizando a evolução no contexto do Ensino Superior no nosso país.
Visando atender ao objetivo proposto, este artigo está estruturado em 5 seções, esta primeira introdutória. Na seção 2 serão apresentados elementos que demonstrem a trajetória de evolução da Educação a Distância no Ensino superior no Brasil e suas características, na seção 3 dar-se-á ênfase à discussão sobre os ambientes virtuais de aprendizagem onde em seu avanço fortaleceu os propósitos da educação a distância, na seção de número 4 a discussão ocorrerá sobre o sistema de avaliação no ensino a distância, finalmente na seção 5 são realizadas as considerações finais.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A educação a distância pode ser compreendida como um processo de ensino e de aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente (MORAN, 2002).
De acordo com Santos (2007), o controle do aprendizado é mais intenso pelo aluno do que pelo professor e está comunicação é feita por impressos ou alguma forma de tecnologia e que o conhecimento esta disponível a todos independente do lugar que esteja.
Ribeiro (2007) a Educação é uma modalidade de educação que permite comunicação e interação entre os participantes não sendo necessária a presença dos mesmos em uma mesma sala de aula.
Muito provavelmente o Ensino a Distância (EAD) originou-se de diversas razões dentre elas destacamos razões de cunho social, profissional até mesmo cultural indo de encontro a fatores como isolamento, flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou a empregabilidade. Existe há, pelo menos, desde o final do século XVIII, desenvolvendo mais amplamente a partir de meados do século XIX, quando foi criado o primeiro curso por correspondência, por Sir Isaac Pitman, o Correspondence Colleges no Reino Unido (VIDAL, 2002).
Queiroz (2003) destaca que o Ensino Superior no Brasil é recente e graças à vinda da família real para o Brasil em 1808 e que sua expansão sempre esteve relacionada com o desenvolvimento econômico do país, portanto tendo um crescimento a partir da década de 50 do século passado, onde se percebe notadamente nos anos 80 uma dificuldade de expansão, mas, a partir dos anos 90, verifica-se que o quantitativo de vagas vem crescendo cerca de 7 % ao ano. Este Ensino Superior brasileiro é marcado fundamentalmente por sua heterogeneidade distinguindo-se um do outro sob vários aspectos formais inclusive na sua natureza institucional, personalidade jurídica de sua mantenedora, com ou sem fins lucrativos e até confessional, ou seja, qual religião está vinculada. Vale sempre ressaltar que o Ensino a Distância permeou esta evolução do Ensino Superior no nosso país.
Desta forma Torres (2004) faz um resgate da história da Educação a Distância brasileira conforme quadro abaixo:
Breve histórico do uso de tecnologias da EAD no Brasil
• 1904 – Mídia impressa e correio – ensino por correspondência privado
• 1923 – Rádio Educativo Comunitário
• 1965 – 1970 – Criação das TVs Educativas pelo poder público
• 1980 – Oferta de supletivos via telecursos (televisão e matérias impressos), por fundações sem fins lucrativos
• 1985 – Uso do computador “stand alone” ou rede local nas universidades
• 1985 -1998 – Uso de mídias de armazenamento (vídeo-aulas, disquetes, CD – ROM, etc.) como meios complementares
• 1989 – Criação da Rede Nacional de Pesquisa (uso do BBS, Bitnet, e e-mail)
• 1990 – Uso intensivo de teleconferência (cursos via satélite) em programas de capacitação a distância
• 1994 – Início da oferta de cursos superiores a distância por mídia impressa
• 1995 – Disseminação da Internet nas Instituições de Ensino Superior via RNP
• 1996 – Rede de videoconferência – Início de mestrado a distância, por universidade pública em parceria com empresa privada
• 1997 – Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – Inicio da oferta de especialização a distância, via internet, em universidades públicas e particulares
• 1999 – 2001 – Criação de redes públicas, privadas e confessionais para a cooperação em tecnologias e metodologia para o das NTIC na EAD
• 1999 – 2002 – Credenciamento oficial de instituições universitárias para atuar em educação à distância
Fonte: Torres (2004, p. 3)
Em cem anos de história a Educação a Distância percorre do ensino por correspondência até à Universidade. Permitindo que as instituições de ensino público ou privado que dedicaram aos temas de EAD, dominassem em pouco tempo a tecnologia digital para criar ambientes virtuais de aprendizagem, oportunizando o aparecimento de cursos à distância em escala nacional bem como toda a abordagem pedagógica necessária. “Ao final de 2002, o número de alunos em 60 cursos superiores à distância registrados perante os órgãos oficiais alcançava 84.397”(Torres, 2004 p 04). Este número saltou fantasticamente 02 anos mais tarde expressivos “77 cursos e com 160 mil alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação no país” (RIBEIRO, 2007 p 08).
Segundo Almeida (2002), desde o uso do correio como um meio de transmissão de informações, já a partir do século XIX tem proporcionado oportunidade de acesso ao ensino a aqueles que não tiveram oportunidade de cursar o ensino regular no período em deveria ter cursado o que lhe valeu a conotação de educação de baixo custo e de segunda classe.
A Educação a Distância tem, realmente, uma longa história. Alguns dizem que data, pelo menos, das epístolas de São Paulo. E, certamente, já foi significativa e comercialmente, uma atividade no século 19, na forma de cursos por correspondência para o treinamento vocacional e educação continuada. Mas, foi na segunda metade do século 20 que a EAD ganhou certo grau de respeito e reconhecimento na educação pública. O respeito e reconhecimento têm muito a ver com o grande sucesso, sob qualquer critério, da Universidade Aberta da Inglaterra (Open University - OU). Esta instituição abriu sua "porta virtual" para os primeiros alunos em 1970 e já em 1990 era não apenas a maior, mas, em vários aspectos, também a melhor universidade do Reino Unido.( ROMISZOWSKI,2005 p 01).
De acordo com Moran (2009), Após um período em que predominou a experimentação, hoje podemos dizer que a educação a distância está em franca consolidação em todos os setores e níveis de ensino do Brasil. Onde com clareza foi manifestada uma fase de amadurecimento, maior regulação governamental, metodologia de ensino e avaliação entre outros, culminando numa fase de consolidação do Ensino a Distância, onde é tratada como uma política pública com forte apoio governamental.
A Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu art. 80 informa que poder público incentivará o desenvolvendo e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para a produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para a sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
§ 4º A educação a distancia gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder Público, pelos concessionários de canais comerciais (LEI FEDERAL Nº 9394 DE 20 DEZEMBRO DE 1996).
O decreto da Presidência da República Nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 que regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, em seu Capítulo I art. 1º, caracteriza a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
§ 1º A educação a distancia organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:
I – avaliação de estudantes;
II – estágios obrigatórios, quando previsto na legislação pertinente;
III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previsto na legislação pertinente; e
IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.
Em seu Art2º dispõe que a educação a distancia poderá ser oferta no ensino superior da seguinte maneira:
V – educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas:
a) Sequenciais;
b) De graduação;
c) De especialização;
d) De mestrado; e
e) De doutorado. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5622 DE 19 DE DEZEMBRO 1996)
O decreto da Presidência da República Nº 5.773, de 09 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação sequenciais no sistema federal de ensino. Em seu artigo 1º decreta:
§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais.
§ 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino coma legislação aplicável.
§ 3º A avaliação realizada pelo Sistema nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade.
Art. 2º O sistema federal de ensino superior compreende as instituições federais de educação superior, as instituições de educação superiores criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de educação superior. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5773 DE 09 DE MAIO 2006)
De acordo com Moran (2009 p 01) Com a Lei de Diretrizes Básicas da educação em 1996 “O Brasil legalizou a educação a distância pela primeira vez” e com o advento da internet passamos do modelo por correspondência ao digital.
3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – AVA
A evolução das tecnologias de informação e, consequentemente, comunicação possibilitou novas perspectivas para Educação a Distância, devido às facilidades que os sistemas computacionais proporcionam: informações organizadas através dos ambientes virtuais de aprendizagem (ALMEIDA, 2002).
No Brasil,
A Universidade Virtual é uma realidade no Brasil desde 1996 pelo uso da videoconferência, quando a Universidade Federal de Santa Catarina lança o primeiro mestrado a distância, e desde 1997/1998 pelo uso intensivo de ambientes virtuais de aprendizagem via internet na oferta de especializações a distancia pela Universidade Federal de São Paulo, na área de Saúde; pela Universidade Anhembi Morumbi, na área de moda; e pela UFSC na área de gestão... (TORRES, 2004 p 07).
A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto-estudo, aprendizagem dirigida, fundamentais no ensino a distância, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2006).
Ribeiro (2007 p 04) aponta que a Internet permitiu que a Educação a Distância tornasse mais atrativa, pois os ambientes virtuais de aprendizagem “são software educacionais via internet, destinados a apoiar as atividades de educação a distância” podem ser utilizados em atividades presenciais, possibilitando aumentar interações para além da sala de aula. Em atividades semipresenciais, nos encontros presenciais e nas atividades presenciais.
O sucesso da internet e sua rápida expansão pelo mundo a partir dos anos 90 favoreceram a criação de ambientes virtuais de aprendizagem que consiste em uma opção de mídia que é utilizada na mediação do processo ensino aprendizagem a distancia onde os participantes comunicam entre independente da hora e local onde estejam (PEREIRA, 2007).
Os ambientes virtuais permitem que os alunos se transformem em produtores de informação, atuantes através dos portfólios individuais produzidos durante o curso, “o desafio agora consiste em tornar essas comunicações em algo construtivo para a aprendizagem para que isso ocorra, será necessário uma espécie de contrato de conversação na maioria das vezes implícito...” (DILLENBURG 2003 apud COSTA 2005 p 07).
Os recursos que os ambientes virtuais utilizam são os mesmos existentes na internet tais como correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos entre outros. Assim sendo a Educação a Distância nesta concepção, está relacionada com uma cultura tecnológica promovendo o rompimento com as distancias espaço temporais através da interatividade (ALMEIDA, 2002).
Os usos destas ferramentas requerem e induzem a elaboração de estratégias diferenciadas de aprendizagem, onde a interação entre os participantes é possível a construção de um saber comum, a um nível ainda não alcançado na educação tradicionalmente como conhecemos (ASSIS, 2002).
Oliveira (2003) constata que os ambientes virtuais de aprendizagem permitem o gerenciamento do banco de dados e o controle total das informações circuladas e no ambiente, oferecendo a oportunidade de grande número de pessoas dispersas pelo mundo interajam em tempo e espaço variados.
Para Pereira (2007) os ambientes virtuais de aprendizagem utilizam a internet de uma maneira integrada e virtual com as seguintes características:
• O acesso a informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização de documentos (arquivos);
• A comunicação síncrona e assíncrona;
• O gerenciamento dos processos administrativos e pedagógicos;
• A produção de atividades individuais ou em grupo
Para Almeida:
Participar de um ambiente virtual significa atuar nesse ambiente, expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências e produzir conhecimento. Cada pessoa busca informações que lhe são mais pertinentes, internaliza-as, apropria-se delas e as transforma em uma nova representação, ao mesmo tempo em que transforma-se e volta a agir no grupo transformado e transformando (ALMEIDA, 2002 p 02).
Portanto, a educação baseada na web utilizando as ferramentas desenvolvidas ou em desenvolvimento, tem fortalecido a educação a distância através dos ambientes virtuais de aprendizagem e não existe uma ferramenta correta o que determina a opção da instituição de ensino pela ferramenta, são suas necessidades exigidas nos seus programas educacionais(PEREIRA, 2007).
4. A AVALIAÇÃO NO ENSINO A DISTÂNCIA
Em cem anos de evolução a sala de aula na forma que conhecíamos transformou em um ambiente virtual, o que muito difere do estilo apresentado pelas aulas presenciais. Nesta mesma linha de evolução a avaliação do ensino aprendizagem também evoluiu sendo que o professor, formador ou educador passa a ter acréscimo de atribuições como uso de ferramentas, recursos tecnológicos, participação em equipe multidisciplinar assumindo um papel de coordenador, organizador e estimulador do conhecimento uma vez que este aluno passa a ter uma aprendizagem autônoma, porém, sob orientação (FALAVIGNA, 2008).
Para Luckesi Avaliar é:
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O ato de examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que é examinado. O ato de avaliar tem seus focos na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modo de ser, são atos praticamente opostos; no entanto professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação (LUCKESI, 2002 p 05).
A avaliação pode ser compreendida como uma ação pedagógica necessária para a qualidade do processo ensino aprendizagem, facilmente observada três funções didáticas sendo elas: Diagnóstica esta inserida na etapa inicial do educando, ou seja, levantamento da situação inicial; Formativa onde sua principal utilidade é demonstrar erros e acertos de educando e educador no processo ensino-aprendizagem possibilitando o aperfeiçoamento de ambas as partes; Por fim é considerada avaliação somativa, pois visa verificar o nível de aproveitamento do aluno ao final do curso (PILETTI 1987, apud LIBÂNEO, 1991, apud HAYDT, 2002 apud SANTOS. 2007).
Para Almeida (2001) a avaliação formativa serve como um parâmetro de controle no processo ensino-aprendizagem.
Os ambientes virtuais de aprendizagem possuem ferramentas que permitem ao professor, educador avalie o desempenho apresentado pelo aluno, pois é desafiador o fato de aluno e professor não estarem juntos em mesma sala de aula. Na Educação a Distância o processo de ensinar e aprender possui particularidades especiais e requerem habilidades do educador tendo em sua ação avaliadora uma exigência maior do que na avaliação presencial onde existe a interação direta do binômio aluno/professor (TURRIONI, 2010).
Sem dúvida todo educador há de concordar que a avaliação por si só constitui-se num dos pontos mais delicados da prática docente, o professor preocupa-se com o resultado da avaliação, pois oferecem parâmetros de avaliação sobre sua própria atuação que com certeza refletirá numa melhor abordagem ao discente, e não se resumindo ao simples fato de avaliação do aluno. A avaliação no ensino a distância implica em repensar o próprio paradigma educacional (HAYDT, 1997, apud SANAVRIA, 2008).
Vidal classifica em níveis a avaliação no ensino a distância:
A avaliação do formando, que pretende comparar os conhecimentos e aptidões adquiridos por eles. Esta avaliação pode ser feita, recorrendo a testes ou exames finais, trabalhos realizados individualmente ou em grupo, podendo ser realizados no inicio do curso (pré-testes), durante e após a conclusão (pós-testes), conforme o interesse, necessidade e evolução do formando.
A avaliação da formação pode ser utilizada para rever o curso à medida que ele está implementado. Verificar se os objetivos são os adequados, bem como o nível de satisfação individual, assim como a opinião do formando sobre os conteúdos programáticos, os aspectos positivos ou negativos.
A avaliação do sistema, que permite avaliar as tecnologias utilizadas, a avaliação, o atendimento, os serviços, a duração e a organização (VIDAL, 2002 p 32).
Saraiva (1995) acredita que avaliação é um processo sistemático de levantamento e interpretações de informações que fundamentam o julgamento de mérito de valor de um objeto e que devem levar em consideração a estrutura de seu contexto tais como valores, percepções, motivações e intenções.
Segundo o MEC (2000) no ensino superior o modelo de avaliação da aprendizagem do aluno deve considerar seu ritmo e proporcionar desenvolvimento cognitivo, habilidades e atitudes visando primordialmente alcançar os objetivos propostos, e esta avaliação permita ao aluno segurança tornando autônomo, critico responsável maduro intelectualmente e seja fruto da qualidade do processo ensino aprendizagem da educação a distância. A avaliação responsável é fundamental para que o diploma conferido seja legitimado pela sociedade.
Avaliação é realmente um grande desafio e muito mais complexa que no modelo presencial para Oliveira (2003) a avaliação da aprendizagem do aluno dever estar atrelada a uma avaliação institucional que deverá conter aspectos como:
A qualidade dos métodos, meios e materiais utilizados;
A tutoria desenvolvida, em seus vários procedimentos e estratégias;
A organização interna do curso, o planejamento, o cronograma etc.;
O acompanhamento dos alunos, procurando-se examinar os efeitos do curso sobre suas vidas profissionais;
A evasão e as dificuldades encontradas pelos alunos;
As relações sócio-pedagógicas, assim como a integração dos sujeitos envolvidos e a orientação formativa;
O impacto do curso sobre a comunidade externa, o interesse despertado, a ênfase qualitativa e a “reputação” que vai construindo, entre outros aspectos;
E os procedimentos de avaliação de aprendizagem utilizados.
Esta forma de avaliação institucional deve ser um empreendimento coletivo que em principio... deve compreender os sentidos múltiplos e até mesmo contraditórios dos processos relacionados, que tornam a educação a distancia formadora de uma comunidade de comunicação. (OLIVEIRA, 2003 p 04).
No nosso país, diversas instituições de ensino, pública e privada, têm utilizado dos ambientes de aprendizagem do ensino a distância para auxiliar os métodos tradicionais de ensino no tocante a avaliações virtuais, que por sua vez tem sido um atrativo a mais, onde os alunos tem apresentado uma motivação maior nas disciplinas cursadas. No entanto Justulin (2004)
acredita que embora as tecnologias proporcionassem um enorme avanço a educação a distancia ainda resta um grande problema a ser resolvido: “a maneira como o qual o aluno é avaliado”. Uma vez que a mesma é feita através de informações repassadas pelo aluno ao professor onde através de comentários e sugestões cumpre o ato de avaliar.
Basicamente, um sistema de avaliação do ensino a distancia é composto de uma interface com o aluno e um sistema de busca e avaliação, onde o professor fica responsável por inserir o conhecimento sobre um determinado assunto. O aluno, então, é avaliado de acordo com a base de dados existente, e um retorno é enviado tanto para o aluno, como ao professor (JUSTULIN, 2004 p 03).
A avaliação pelo método tradicional sem dúvida pelo fato de estar diante com aluno tem sido uma atividade menos difícil, todavia a educação a distância tem virado esta página através dos ambientes virtuais de aprendizagem que permitem superar a distância entre professor e aluno, quer seja via satélite ou através do professor tutor. Portanto para que o processo atinja o ponto ideal faz necessário “a construção de um elo de aproximação, sem perder de vistas as qualidades e exigências que um curso superior exige.” (ARRUDA, 2009 p 02)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os autores acima citados a Educação a Distância no Ensino Superior sofreu diversas transformações em pouco mais de um século, seguramente alicerçada pelo avanço tecnológico adquirido nos últimos anos, onde a evolução dos ambientes virtuais de aprendizagem tem oportunizado acesso ao ensino superior bem como a cursos de pós-graduação à brasileiros em todos os cantos do país.
Considerando as dimensões do território nacional em todas as suas particularidades de acesso o Ensino Superior a Distância, através da revolução vivenciada dos sistemas de informação, os ambientes virtuais de aprendizagem tem apresentado com forte opção de inclusão a academia, para tanto deverá sempre está norteada por ações políticas pedagógicas de estimulo a um ensino de qualidade e imaculado, livre de dúvidas em todo processo.
Portanto, o momento é oportuno para avançarmos rumo à flexibilização entre o virtual e o presencial em comum acordo metodológico, tecnológico e de avaliação.
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