terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: REALIDADE E PERSPECTIVAS DA LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SETOR



RESUMO
A educação a distância no Brasil está passando por mudanças, porém se o Estado não estiver preparado para lidar com elas, fomentando e regulamentando o que se faz necessário ingressaremos em uma crise didático-pedagógica sem precedentes, pois não existe de qualquer sorte um único modelo na EaD. A legislação utilizada em outros tempos não mais correspondem às realidades postas com a disseminação da EaD na sociedade atual. Assim o estudo dessas constantes modificações que recentemente foram propulsadas pela utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC’s nestas últimas décadas se faz imperativo, pois somente assim, será possível manejar Políticas Públicas para esta modalidade de ensino no Brasil. Se identificou o estágio da EaD no Brasil e suas perspectivas temporais futuras. Nesta senda, foi utilizado o método descritivo, em pesquisa qualitativa, com abordagem bibliográfica e documental.
Palavras-chave: Legislação, Políticas Públicas, EaD; Tecnologias de informação e comunicação; Ensino Superior
RESUMEN
La educación a distancia (EaD) en Brasil está cambiando, pero si el Estado no está dispuesto a lidiar con ella, fomentar y regular lo que es necesario lo puede entrar en una crisis sin precedentes didáctico-pedagógico, ya que no hay ningún tipo de un único modelo en la educación a distancia. La legislación utilizada en otras ocasiones ya no corresponden a las realidades puestas con la extensión de la educación a distancia en la sociedad actual. Así, el estudio de estos cambios constantes que recientemente han sido impulsados por el uso de las Tecnologías de Información y Comunicación – TIC’s en las últimas décadas hace que sea imprescindible, pues sólo así será posible gestionar las políticas públicas para esto tipo de educación en Brasil. Se identificó la etapa de la educación a distancia en Brasil y sus futuras perspectivas temporales. En este orden de ideas, se utilizó el método descriptivo de enfoque de investigación cualitativa a la literatura y documentos.
Palabras clave: Legislación, Política Pública, Educación a distancia, Información y Comunicación, Educación Superior
ABSTRACT
Distance education in Brazil is undergoing changes, but if the state is not prepared to deal with them, encouraging and regulating what is necessary to enter you in a crisis didactic-pedagogic unprecedented, as there is any sort of a single model distance education. The legislation used in other times no longer correspond to the realities put the spread of distance education in today’s society. Thus the study of these constant changes that have recently been propelled by the use of Information and Communication Technologies – TIC’s in recent decades makes it imperative, for only thus will be possible to manage public politics for this type of education in Brazil. Identified the stage of distance education in Brazil and their future time perspectives. In this vein, we used the descriptive method in qualitative research approach to literature and documents.
Keywords: Law, Public Politics, Distance education; Information and Communication Technologies; Higher Education

INTRODUÇÃO 

O sistema de ensino no Brasil tem passado por mudanças sensíveis nas últimas décadas, fruto em grande parte, das necessidades da sociedade em que vivemos, e esta em constante dinamismo, busca a cada momento compreender sua posição dentro deste processo revisório, visando estabelecer uma nova realidade para o ensino no mundo atual.
A educação bancária criticada por Paulo Freire não mais se enquadra nas aspirações do perfil atual dos envolvidos, os alunos do século XXI, que pretendem maior interatividade, experiências de imersão em um mundo múltiplo, com possibilidade de autodesenvolvimento e uma melhor gestão de valores indispensáveis como o tempo. A crença de que o ensino poderia ser mais do que o quadro e o giz, aliado a crescente necessidade do estar em ambientes distintos em momentos distintos, fez com que a revolução na educação tradicional fosse impulsionada.
A educação inspirada nessa torrente de mudanças foi naturalmente adaptada às necessidades do imediatismo, surgindo como precursores os setores privados, que viabilizaram a possibilidade, em um país com dimensões continentais como o Brasil, receber informações concentradas em apenas uma unidade da Federação e muitas vezes em apenas um Município, fazendo com que a democratização do acesso ao ensino, naquele momento, aperfeiçoamento ou profissionalizante, alcançasse números expressivos.
No mesmo sentido, as mudanças trilhavam caminhos tortuosos e questionáveis por alguns críticos severos dos modelos em EaD, mas nas últimas décadas foram impulsionadas pela necessidade de um amplo acesso ao sistema de ensino no Brasil. Restava claro que o ensino presencial, tradicional, sozinho não seria capaz de solucionar os graves problemas brasileiros de disponibilidade de vagas nos diversos níveis de ensino, mas restou ocupado o vácuo com a evolução vertiginosa da EaD.
O avanço progressivo desta modalidade no sistema de ensino brasileiro está intimamente coligadas aos incrementos trazidos pelas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação – TIC’s, que passaram a dar o suporte indispensável ao atendimento das demandas de uma modalidade que pressupõe bases territoriais distintas, muitas vezes com distância que só seriam transpostas com investimentos altíssimos.

1. A LDB E AS NORMATIVAS DA EAD NO BRASIL 

O sistema de ensino no Brasil passou por diversos momentos desde o descobrimento até os dias atuais, porém as mudanças mais significativas são no pós Constituição Federal de 1988, que trouxe o vocábulo em diversos artigos, apresentando com isto sua relevância no Estado republicano. Nesta senda, o legislador constituinte foi além e dedicou 10 artigos (arts. 205/214) da Seção I do Capítulo III da Carta da República, alvos de constantes alterações por emendas pelo constituinte derivado.
Na esteira dessa nova perspectiva norteadora da Educação no Brasil em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9.394/96, que desempenhou um grande avanço no cenário nacional, trazendo em seu corpo o debate sobre a Educação   a distância, em especial no artigo 80, in verbis:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens e em outros meios de comunicação que sejam explorados mediante autorização, concessão ou permissão do poder público;
II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais. (Grifo nosso)
O referido artigo 80 da LDB foi posteriormente regulamentado pelo Decreto 5.622/2005 que vem traçar as bases legais da EaD no Brasil, direcionando inclusive um conceito legal de Educação a distância, suas modalidades e níveis, bem como todo o processo para oferta de cursos nesta modalidade, preenchendo com isto um vácuo normativo para um funcionamento adequado da mesma. Nesse sentido, importante destacar o conceito legal, constante no artigo 1º do decreto supra:
Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (Grifo nosso)
Todavia não é ponto pacífico entre os especialistas que a regulamentação atual seja suficiente para o momento que vivemos na EaD, pois uma legislação mais diretiva para alguns setores seria indispensável para um processo mais seguro e uma disseminação da modalidade com melhor aproveitamento do amplo seguimento que busca essa modalidade como alternativa na sociedade atual, neste sentido a opinião de Shara Christina Ferreira Lessa é que:
Nesse contexto, torna-se apropriado que se re­alize uma reflexão crítica sobre a necessidade e a im­portância da interpretação adequada da legislação, uma vez que ela vai além da definição de normas e procedimentos, objetivando garantir a credibilida­de do processo sem esquecer quais os reflexos nas Instituições de Ensino Superior (IES) que adotam a EAD, visando atingir ao pressuposto apresentado de que ela seria uma possível solução para inclusão social e para melhoria quantitativa e qualitativa do processo educacional brasileiro. (2011, p.19)
Resta clarificada na posição da autora, que a legislação não é insuficiente, mas que importa sim um trabalho hermenêutico, a fim de extrair um sentido mais conglobante, que proceda com o favorecimento de uma realidade indispensável e de extrema urgência na sociedade brasileira. Trata-se de utilização das vantagens da EaD como meio propulsor da inclusão social e, com isso contribuir com qualificação do sistema de ensino no Brasil de uma maneira mais ampla e democrática.
É sabido que nem para tudo é necessário uma regulamentação por meio de leis ou atos normativos, pois nossa Constituição Federal, a LDB e o Decreto 5.622/2005, estabelecem as diretrizes necessárias para que se desenvolvam as estratégias de fomento da Educação a distância no Brasil, mas que de toda sorte recebem de outra banda uma série de críticas quanto a se ter um direcionamento da EaD no Brasil, dessa maneira resta claro no comentário de Shara Christina Ferreira Lessa ao afirmar que:
Os críticos à regulamentação, por outro lado, entendem que a questão do limite temporal míni­mo à concretização do curso extingue um dos prin­cipais triunfos da modalidade, contraria princípios mundiais da EAD – que permite uma aceleração de aprendizagem – e constitui-se em um grande pro­blema para os seus gestores. Ao contrário, este tra­balho procura demonstrar a importância da nor­ma que trata equitativamente as duas modalidades de educação e visa proibir que IES pouco idôneas ofereçam diplomas de forma fácil, com graduações feitas em tempo menor. (2011, p.24) (Grifo nosso)
De certo é que se faz necessário sim, um incremento e implemento de uma número significativamente maior e, melhor qualificação das Políticas Públicas, pois o suporte normativo se percebe adequado, embora esteja dentro deste imbróglio teórico e de perspectiva.

2. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EAD NO ENSINO SUPERIOR 

As Políticas Públicas para a EaD no ensino superior começam a ganhar espaço a partir do ano de 2002, focadas na perspectiva de democratização do ensino, calcada na proposta de “educação superior para todos”. Em verdade essa modalidade de ensino surge como instrumento adequado para atender essa nova demanda política e social. (CORTELAZZO, 2010, p.12)
Todavia, ao mesmo tempo em que as políticas públicas regulamentam a EaD e esta passa a ganhar terreno, também surge desconfiança acerca dos métodos empregados para aprendizagem, pois por muito tempo foi utilizada como supletiva e complementar à educação presencial. (BORBA; MALHEIRO; ZULATTO, 2011, p. 22)
Nesse sentido, o Decreto nº 5.622/2005, vem ao encontro do que dispunha o art. 80 da Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), definindo sua diferenciação do ensino presencial e estabelecendo parâmetros peculiares de metodologia, gestão e avaliação.
Entretanto, obviamente, não bastava, para que a EaD se concretizasse de forma eficiente, a mera determinação legal, dissociada do debate dos principais atores nesse processo de aprendizagem para o qual nem professores e nem alunos estavam amplamente preparados. Assim, leciona Vani Moreira Kenski considera que:
A determinação política e a elaboração “em gabinete” destes projetos afastam a sua operacionalização da realidade prática e das necessidades concretas dos espaços educacionais para os quais se dirigem. Orientados por teorias e práticas afastadas das realidades concretas das escolas e outros ambientes educacionais, a maioria destes projetos foram impostos, com o mínimo grau de liberdade para alterações pelos seus executores. Esta defasagem entre quem pensa e quem faz, resultou no oferecimento de projetos com currículos inadequados e com o oferecimento de recursos didáticos padronizados de acompanhamento (livros, textos, apostilas, programas de áudio e vídeo, etc…) descompassados dos programas oferecidos pelas mídias (rádio e tv) e sem articulações com as características regionais dos alunos ou suas necessidades concretas de ensino. (2010, p. 9)
É translúcido que os primeiros momentos de qualquer transformação em que estejam inseridos os governos podem ser tormentosos, como efetivamente foi possível verificar, pois a dose de aplicação dos tecnocratas acaba por prevalecer sobre as razões pelas quais se almeja a mudança na prática, sendo assim construídas políticas públicas baseadas em metas e não em aperfeiçoamento dos modelos pedagógicos e educacionais.
Todavia, com um engajamento dos profissionais que pesquisam e vivenciam a EaD, as políticas obtusas aos poucos são convertidas em evoluções significativas, em especial no setor privado e mais tardiamente no setor público como a criação da Universidade Aberta do Brasil – UAB. Nesse sentido, faz necessário o esclarecimento trazido por Prof. Dr. José Matias-Pereira baseado no pensamento do ilustre Pierre Lèvy ao afirmar que:
Observa-se que o crescente aumento da importância da EaD tem contribuído para elevar a tensão entre os paradigmas presentes na educação brasileira. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação está provocando uma metamorfose intensa nas relações humanas, em especial no campo da educação, reforçando a idéia de que as IES devem se adequar às necessidades das diversas camadas da população, entre elas o uso de mídias e de novas práticas docentes (LÈVY, 1993, p. 7). No contexto dessas transformações, que estão impactando em diferentes níveis da vida social, provocando assim profundas mudanças econômicas, sociais, políticas, culturais, ambientais, entre outras. Como não poderia deixar de acontecer, também estão afetando as escolas e o exercício profissional da docência. (2010, p. 17)         
          Dessa forma, resta identificada uma promoção de Políticas Públicas de maneira vertical, mais precisamente de cima para baixo, o que em qualquer modalidade de Educação seria prejudicial, na EaD é o ínsito de uma tragédia mais do que anunciada, pois a dinâmica empregada na EaD não pode em momento algum estar vinculado as decisões tecnocráticas ou sem discussão prévia com seus atores.         

3. O ESTÁGIO ATUAL DA EAD NO BRASIL E SUAS PERSPECTIVAS NO ENSINO SUPERIOR 

A fase que se inicia atualmente em nosso país, no tocante a EaD, em especial no Ensino Superior, é de ampliação, pois a consolidação já se fez na última década, embora seja alvo de críticas de alguns setores mais conservadores da educação brasileira. O implemento das Tecnologias da Informação e Educação foram decisivas para a consolidação alcançada, bem como a Portaria nº 4.059/2004 do MEC que permite o incremento nos Cursos presencial no total de 20% da carga horária a distância, desde que os mesmos sejam reconhecidos no termos regulamentares.
Outro fator importante foram as Políticas Públicas de expansão do Ensino Superior promovidas pelo Governo Federal na última década, tais políticas dedicaram-se igualmente ao incentivo das modalidades de Educação a distância, inclusive com a constituição específica da Universidade Aberta do Brasil, atualmente sob a gerência da CAPES para democratizar a EaD no setor público em parcerias com as Universidades Federais.
Todavia, essas medidas não foram suficientes, pois os desvios tecnocráticos ultimaram para os mesmos problemas da educação presencial, ante a preocupação específica da modalidade a distância como se o mais importante não fosse a própria educação, ainda assim o foco da discussão vem sendo perdido como bem afirma Eliana Sampaio Romão:
Cabe, então, considerar a ênfase dispensada na modalidade de educação a distância, ao termo distância. A adjetivação à distância, tão requisitada na atualidade em projetos educativos, vem muitas vezes obscurecer o essencial, neste caso, a educação, deixando na penumbra a natureza substantiva inerente ao fenômeno educativo. É importante, então, reconhecer e compreender o sentido da educação, sobretudo na modalidade cuja denominação é dita Educação a Distância, pois é a educação que promove a dignificação da natureza do homem. Priorizar a expressão adjetiva – à distância – em detrimento do substantivo, tem empalidecido o fenômeno educativo na sua essência, forjando suspeitas muitas das quais precipitadas que rondam em seu entorno, bem como uma teia de desvios e outras inversões afinadas com a lógica da distribuição, da exclusão, da desigualdade, da sociedade tanto da informação e do conhecimento quanto da barbárie. (2008, p. 205) (Grifo do autor)
Nesse sentido, o setor privado tem melhor entendido essa lógica quando trata a Educação presencial e a distância como sendo dois processos semelhantes, apenas com a particularidade financeira distinta. Outrossim, também tem sido alvo do setor privado a utilização da Portaria nº 4.059/2004 do MEC para integrar o alunado as novas tecnologias da informação e comunicação no ensino presencial, promovendo uma democratização e um maior acesso ao ensino superior com a redução de custos. Há de se questionar como fazem Noronha Filho, Silva e Carvalho acerca do tema:
Sob o argumento da democratização do ensino superior, várias indagações são levantadas, no sentido de questionar que tipo de democratização se propõe, sendo que o foco é a classe menos favorecida. O discurso gira em torno de que a meta consiste no desenvolvimento econômico do país por meio de uma formação cujo perfil atenda a demanda do mercado. (2011, p. 7)
A educação acompanha um processo de flexibilização da própria sociedade, a qual não se mantém estanque. “A preocupação em educação na atualidade é o de formar o cidadão brasileiro que também possa ser um ‘cidadão do mundo’, e não apenas ‘preparar o trabalhador ou o consumidor das novas tecnologias’.” (KENSKI, 2010, p. 11). Por este motivo é imprescindível que os processos de ensino-aprendizagem presencial e a distância se integrem, pois somente com esta integração será possível dar resposta às demandas educacionais que emergem atualmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Conforme foi possível observar diante da pesquisa realizada, percebe-se que a EaD construiu seu espaço a partir da legislação pertinente e das políticas públicas de educação com o escopo de atingir o objetivo de expansão e democratização do acesso, no caso abordado, ao ensino superior, seja puramente ou como subsídio de inovação.
Todavia, as normas pertinentes à sua utilização e os processos de aprendizagem devem ser dialogadas de forma ampla, considerando os atores envolvidos, ou seja, educadores, educandos e gestores educacionais, a fim de que as estratégias definidas não caiam no vazio da inviabilidade prática, resultando com isso em meras discussões de gabinete, em que tecnocratas definem o futuro de algo importantíssimo e que não se traduz apenas em números.
Verifica-se que o setor privado obteve melhor êxito na aplicação da EaD, em especial no que se refere à integração da educação presencial com a EaD, pois a modificação de paradigmas causada pelo avanço das TICs e a facilidade de acesso a um grande volume de informação pela internet exige adequação das estratégias pedagógicas.
Com isso, a união entre os dois modelos educacionais aproxima a realidade do dia a dia ao contexto escolar, despertando o interesse dos estudantes em apropriar-se do conhecimento de outras formas, abandonando assim métodos tradicionais e, por vezes, já ultrapassados e ineficazes atualmente. É certo que ainda há muito a avançar nos sistemas EaD, entretanto, este processo irreversível merece confiança, pesquisa e aprimoramento para que dele se obtenha o máximo de qualidade e produtividade no ensino superior.
As perspectivas para a educação a distância são as melhores, pois outros métodos inovadores estão por vir, eis que a tecnologia avança diuturnamente, o que se faz urgente é a atualização e qualificação docente para compreender os novos processos, pois o educador deve estar em sintonia com as inovações para fazer um melhor aproveitamento desta nova conjuntura.

REFERÊNCIAS

BLOIS, Marlene M. A Educação a distância no Brasil: algumas considerações sobre critérios de qualidade. Disponível em: Acesso em: 16 de julho de 2012.
BORBA, Marcelo de Carvalho; MALHEIROS, Ana Paula dos Santos; ZULATTO, Rúbia Barcelos Amaral. Educação a distância online.  3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas. Governo Federal. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001.
CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Prática pedagógica, aprendizagem e avaliação em educação. 2. ed. Curitiba: Ibepex, 2010.
DINIZ, Ester de Carvalho; VAN DER LINDEN, Marta Maria Gomes; FERNANDES, Terezinha Alves. (ORG). Educação a Distância: coletânea de textos para subsidiar a docência on-line. João Pessoa: Editora da UFPB, 2011.
KENSKI, Vani Moreira. O desafio da Educação a distância no Brasil. Disponível em: Acesso em: 16 de agosto de 2012.
GOMES, Silvane Guimarães Silva. Políticas Públicas em EaD no Brasil. Disponível em: Acesso em: 03 de setembro de 2012.
LESSA, Shara Christina Ferreira.  Os reflexos da legislação de educação a distância no Brasil. Disponível em: Acesso em: 10 de julho de 2012.
MATIAS-PEREIRA, Jose. Educação Superior a Distância, Tecnologias de Informação e Comunicação e Inclusão Social no Brasil. Disponível em: Acesso em: 19 de setembro de 2012.
NORONHA FILHO, Ananias; SILVA, Angela Maria Moreira; CARVALHO, Rutineia de Oliveira. Políticas Públicas de Educação no Brasil: caminhos e descaminhos trilhados. Disponível em: Acesso em: 01 de agosto de 2012.
ROMÃO, Eliana Sampaio. Políticas da Educação a distância no Brasil: desvios e desafios. Disponível em: Acesso em: 07 de setembro de 2012.
SILVA, William Victor Kendrick Matos; SOUZA, Marcio Vieira de; Goi, Viviane Marques; Matos Filho, Wilson; SOUZA, Márcia Previato de. Uma análise sobre Políticas Públicas em Educação a distância no Brasil (2002-2008). Disponível em: Acesso em: 16 de setembro de 2012.
SLAVOV, Barbara; SLAVOV, Ricardo. Educação a distância, uma nova modalidade de ensino, e a legislação brasileira. Disponível em: Acesso em: 07 de julho de 2012.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:
Michaello Marques, Carlos Alexandre: "A educação a distância no ensino superior brasileiro: realidade e perspectivas da legislação e políticas públicas para o setor" en Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo, junio 2013, en http://atlante.eumed.net/educazao-distancia/

A evolução da educação à distância no ensino superior no Brasil

A Educação a Distância foi submetida a uma verdadeira revolução neste último século, o advento das tecnologias de informações, sobretudo a internet, favoreceu horizontes sem dúvidas impensáveis em 1904, quando iniciou sua história no Brasil, onde Ensino Superior apoiou esta prática por meio da Lei das Diretrizes Básicas da Educação de 20 de dezembro de1996. A Educação a Distância foi legitimada, apoiada, fortalecida e incentivada em todos os seus níveis. A partir de então as instituições de ensino organizaram-se de acordo com a evolução tecnológica e dos profissionais de educação, quebraram-se paradigmas educacionais, barreiras, distância e acesso, favorecendo a inclusão ao ensino independentemente do local onde o cidadão brasileiro se encontra, por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem. 


A Educação a Distância vem se fortalecendo e transformando-se em prática educativa com forte poder pedagógico em todos os sentidos. Para desenvolver este estudo optou-se pela pesquisa de cunho bibliográfica, com o objetivo de observar a evolução da Educação a Distância no âmbito do Ensino Superior no nosso país, apontando os diversos fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet e vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas em todo o globo aonde este professor chega, em tempo real, a diversos lugares.



1. INTRODUÇÃO

A Educação a Distância está consolidada no Brasil fato muito colaborado pelo avanço das tecnologias de informação onde, em cem anos de historia, proporcionou um crescimento surpreendente, indo dos correios aos moderníssimos ambientes virtuais de aprendizagem. O Ensino Superior no Brasil igualmente neste último século sofreu transformações sem abrir mão das tecnologias, permitindo em sua organização adotar metodologias para uso no Ensino a Distância.


No caminhar desta evolução um componente de forte respaldo a prática no Ensino superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação a LDB no ano de 1996. Em seu artigo de número oitenta, fornece mecanismos de criação e incentivo do ensino a distância em todos os níveis da Educação brasileira. Isto possibilitou crescimento expressivo à EAD no ensino superior, pois as instituições de ensino organizaram-se de tal forma em consonância com o avanço tecnológico que, barreiras, distâncias, paradigmas educacionais, inclusão e acesso começaram a serem quebrados.


A educação a distância tornou-se uma real prática educacional com relevante interação pedagógica onde o educador de igual maneira acompanhou esta evolução assumindo novos métodos visando o favorecimento do ensino-aprendizagem e posicionamento frente à nova abordagem de ensino que vivenciamos.


Sendo assim, esse trabalho destina-se a observar a história da evolução da Educação a Distância no Ensino Superior no Brasil, apontando os principais fatores que nortearam este modelo, agrupando embasamentos teóricos, aspectos legais e tecnológicos que possibilitaram o avanço através da internet que vem revolucionando o eixo ensino-aprendizagem não só neste país, mas, em todo globo onde este professor chega em tempo real a diversos lugares.


Foi realizado através da revisão bibliográfica de autores da modalidade Educação a Distância, enfatizando a evolução no contexto do Ensino Superior no nosso país.


Visando atender ao objetivo proposto, este artigo está estruturado em 5 seções, esta primeira introdutória. Na seção 2 serão apresentados elementos que demonstrem a trajetória de evolução da Educação a Distância no Ensino superior no Brasil e suas características, na seção 3 dar-se-á ênfase à discussão sobre os ambientes virtuais de aprendizagem onde em seu avanço fortaleceu os propósitos da educação a distância, na seção de número 4 a discussão ocorrerá sobre o sistema de avaliação no ensino a distância, finalmente na seção 5 são realizadas as considerações finais.

2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A educação a distância pode ser compreendida como um processo de ensino e de aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente (MORAN, 2002).


De acordo com Santos (2007), o controle do aprendizado é mais intenso pelo aluno do que pelo professor e está comunicação é feita por impressos ou alguma forma de tecnologia e que o conhecimento esta disponível a todos independente do lugar que esteja.


Ribeiro (2007) a Educação é uma modalidade de educação que permite comunicação e interação entre os participantes não sendo necessária a presença dos mesmos em uma mesma sala de aula.


Muito provavelmente o Ensino a Distância (EAD) originou-se de diversas razões dentre elas destacamos razões de cunho social, profissional até mesmo cultural indo de encontro a fatores como isolamento, flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou a empregabilidade. Existe há, pelo menos, desde o final do século XVIII, desenvolvendo mais amplamente a partir de meados do século XIX, quando foi criado o primeiro curso por correspondência, por Sir Isaac Pitman, o Correspondence Colleges no Reino Unido (VIDAL, 2002).


Queiroz (2003) destaca que o Ensino Superior no Brasil é recente e graças à vinda da família real para o Brasil em 1808 e que sua expansão sempre esteve relacionada com o desenvolvimento econômico do país, portanto tendo um crescimento a partir da década de 50 do século passado, onde se percebe notadamente nos anos 80 uma dificuldade de expansão, mas, a partir dos anos 90, verifica-se que o quantitativo de vagas vem crescendo cerca de 7 % ao ano. Este Ensino Superior brasileiro é marcado fundamentalmente por sua heterogeneidade distinguindo-se um do outro sob vários aspectos formais inclusive na sua natureza institucional, personalidade jurídica de sua mantenedora, com ou sem fins lucrativos e até confessional, ou seja, qual religião está vinculada. Vale sempre ressaltar que o Ensino a Distância permeou esta evolução do Ensino Superior no nosso país.


Desta forma Torres (2004) faz um resgate da história da Educação a Distância brasileira conforme quadro abaixo:


Breve histórico do uso de tecnologias da EAD no Brasil

• 1904 – Mídia impressa e correio – ensino por correspondência privado

• 1923 – Rádio Educativo Comunitário

• 1965 – 1970 – Criação das TVs Educativas pelo poder público

• 1980 – Oferta de supletivos via telecursos (televisão e matérias impressos), por fundações sem fins lucrativos

• 1985 – Uso do computador “stand alone” ou rede local nas universidades

• 1985 -1998 – Uso de mídias de armazenamento (vídeo-aulas, disquetes, CD – ROM, etc.) como meios complementares

• 1989 – Criação da Rede Nacional de Pesquisa (uso do BBS, Bitnet, e e-mail)

• 1990 – Uso intensivo de teleconferência (cursos via satélite) em programas de capacitação a distância

• 1994 – Início da oferta de cursos superiores a distância por mídia impressa

• 1995 – Disseminação da Internet nas Instituições de Ensino Superior via RNP

• 1996 – Rede de videoconferência – Início de mestrado a distância, por universidade pública em parceria com empresa privada

• 1997 – Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem – Inicio da oferta de especialização a distância, via internet, em universidades públicas e particulares

• 1999 – 2001 – Criação de redes públicas, privadas e confessionais para a cooperação em tecnologias e metodologia para o das NTIC na EAD

• 1999 – 2002 – Credenciamento oficial de instituições universitárias para atuar em educação à distância

Fonte:
 Torres (2004, p. 3)


Em cem anos de história a Educação a Distância percorre do ensino por correspondência até à Universidade. Permitindo que as instituições de ensino público ou privado que dedicaram aos temas de EAD, dominassem em pouco tempo a tecnologia digital para criar ambientes virtuais de aprendizagem, oportunizando o aparecimento de cursos à distância em escala nacional bem como toda a abordagem pedagógica necessária. “Ao final de 2002, o número de alunos em 60 cursos superiores à distância registrados perante os órgãos oficiais alcançava 84.397”(Torres, 2004 p 04). Este número saltou fantasticamente 02 anos mais tarde expressivos “77 cursos e com 160 mil alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação no país” (RIBEIRO, 2007 p 08).


Segundo Almeida (2002), desde o uso do correio como um meio de transmissão de informações, já a partir do século XIX tem proporcionado oportunidade de acesso ao ensino a aqueles que não tiveram oportunidade de cursar o ensino regular no período em deveria ter cursado o que lhe valeu a conotação de educação de baixo custo e de segunda classe.
A Educação a Distância tem, realmente, uma longa história. Alguns dizem que data, pelo menos, das epístolas de São Paulo. E, certamente, já foi significativa e comercialmente, uma atividade no século 19, na forma de cursos por correspondência para o treinamento vocacional e educação continuada. Mas, foi na segunda metade do século 20 que a EAD ganhou certo grau de respeito e reconhecimento na educação pública. O respeito e reconhecimento têm muito a ver com o grande sucesso, sob qualquer critério, da Universidade Aberta da Inglaterra (Open University - OU). Esta instituição abriu sua "porta virtual" para os primeiros alunos em 1970 e já em 1990 era não apenas a maior, mas, em vários aspectos, também a melhor universidade do Reino Unido.( ROMISZOWSKI,2005 p 01).


De acordo com Moran (2009), Após um período em que predominou a experimentação, hoje podemos dizer que a educação a distância está em franca consolidação em todos os setores e níveis de ensino do Brasil. Onde com clareza foi manifestada uma fase de amadurecimento, maior regulação governamental, metodologia de ensino e avaliação entre outros, culminando numa fase de consolidação do Ensino a Distância, onde é tratada como uma política pública com forte apoio governamental.


A Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu art. 80 informa que poder público incentivará o desenvolvendo e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.


§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

§ 2º A União regulamentará os requisitos para realização de exames e registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância.

§ 3º As normas para a produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para a sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distancia gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:
I – custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II – concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;
III – reserva de tempo mínimo, sem ônus para o poder Público, pelos concessionários de canais comerciais (LEI FEDERAL Nº 9394 DE 20 DEZEMBRO DE 1996).


O decreto da Presidência da República Nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 que regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, em seu Capítulo I  art. 1º, caracteriza a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.


§ 1º A educação a distancia organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:
I – avaliação de estudantes;
II – estágios obrigatórios, quando previsto na legislação pertinente;
III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previsto na legislação pertinente; e
IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.


Em seu Art2º dispõe que a educação a distancia poderá ser oferta no ensino superior da seguinte maneira:
V – educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas:
a) Sequenciais;
b) De graduação;
c) De especialização;
d) De mestrado; e
e) De doutorado. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5622 DE 19 DE DEZEMBRO 1996)

O decreto da Presidência da República Nº 5.773, de 09 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação sequenciais no sistema federal de ensino. Em seu artigo 1º decreta:


§ 1º A regulação será realizada por meio de atos administrativos autorizativos do funcionamento de instituições de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais.

§ 2º A supervisão será realizada a fim de zelar pela conformidade da oferta de educação superior no sistema federal de ensino coma legislação aplicável.

§ 3º A avaliação realizada pelo Sistema nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade.


Art. 2º O sistema federal de ensino superior compreende as instituições federais de educação superior, as instituições de educação superiores criadas e mantidas pela iniciativa privada e os órgãos federais de educação superior. (DECRETO PRESIDENCIAL Nº 5773 DE 09 DE MAIO 2006)



De acordo com Moran (2009 p 01) Com a Lei de Diretrizes Básicas da educação em 1996 “O Brasil legalizou a educação a distância pela primeira vez” e com o advento da internet passamos do modelo por correspondência ao digital.


3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – AVA

A evolução das tecnologias de informação e, consequentemente, comunicação possibilitou novas perspectivas para Educação a Distância, devido às facilidades que os sistemas computacionais proporcionam: informações organizadas através dos ambientes virtuais de aprendizagem (ALMEIDA, 2002). 


No Brasil,

A Universidade Virtual é uma realidade no Brasil desde 1996 pelo uso da videoconferência, quando a Universidade Federal de Santa Catarina lança o primeiro mestrado a distância, e desde 1997/1998 pelo uso intensivo de ambientes virtuais de aprendizagem via internet na oferta de especializações a distancia pela Universidade Federal de São Paulo, na área de Saúde; pela Universidade Anhembi Morumbi, na área de moda; e pela UFSC na área de gestão... (TORRES, 2004 p 07).


A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto-estudo, aprendizagem dirigida, fundamentais no ensino a distância, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2006).


Ribeiro (2007 p 04) aponta que a Internet permitiu que a Educação a Distância tornasse mais atrativa, pois os ambientes virtuais de aprendizagem “são software educacionais via internet, destinados a apoiar as atividades de educação a distância” podem ser utilizados em atividades presenciais, possibilitando aumentar interações para além da sala de aula. Em atividades semipresenciais, nos encontros presenciais e nas atividades presenciais.
O sucesso da internet e sua rápida expansão pelo mundo a partir dos anos 90 favoreceram a criação de ambientes virtuais de aprendizagem que consiste em uma opção de mídia que é utilizada na mediação do processo ensino aprendizagem a distancia onde os participantes comunicam entre independente da hora e local onde estejam (PEREIRA, 2007).


Os ambientes virtuais permitem que os alunos se transformem em produtores de informação, atuantes através dos portfólios individuais produzidos durante o curso, “o desafio agora consiste em tornar essas comunicações em algo construtivo para a aprendizagem para que isso ocorra, será necessário uma espécie de contrato de conversação na maioria das vezes implícito...” (DILLENBURG 2003 apud COSTA 2005 p 07).


Os recursos que os ambientes virtuais utilizam são os mesmos existentes na internet tais como correio, fórum, bate-papo, conferência, banco de recursos entre outros. Assim sendo a Educação a Distância nesta concepção, está relacionada com uma cultura tecnológica promovendo o rompimento com as distancias espaço temporais através da interatividade (ALMEIDA, 2002).


Os usos destas ferramentas requerem e induzem a elaboração de estratégias diferenciadas de aprendizagem, onde a interação entre os participantes é possível a construção de um saber comum, a um nível ainda não alcançado na educação tradicionalmente como conhecemos (ASSIS, 2002).


Oliveira (2003) constata que os ambientes virtuais de aprendizagem permitem o gerenciamento do banco de dados e o controle total das informações circuladas e no ambiente, oferecendo a oportunidade de grande número de pessoas dispersas pelo mundo interajam em tempo e espaço variados.


Para Pereira (2007) os ambientes virtuais de aprendizagem utilizam a internet de uma maneira integrada e virtual com as seguintes características:

• O acesso a informação por meio de materiais didáticos, assim como o armazenamento e disponibilização de documentos (arquivos);

• A comunicação síncrona e assíncrona;

• O gerenciamento dos processos administrativos e pedagógicos;

• A produção de atividades individuais ou em grupo


Para Almeida:

Participar de um ambiente virtual significa atuar nesse ambiente, expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências e produzir conhecimento. Cada pessoa busca informações que lhe são mais pertinentes, internaliza-as, apropria-se delas e as transforma em uma nova representação, ao mesmo tempo em que transforma-se e volta a agir no grupo transformado e transformando (ALMEIDA, 2002 p 02).


Portanto, a educação baseada na web utilizando as ferramentas desenvolvidas ou em desenvolvimento, tem fortalecido a educação a distância através dos ambientes virtuais de aprendizagem e não existe uma ferramenta correta o que determina a opção da instituição de ensino pela ferramenta, são suas necessidades exigidas nos seus programas educacionais(PEREIRA, 2007).
4. A AVALIAÇÃO NO ENSINO A DISTÂNCIA

Em cem anos de evolução a sala de aula na forma que conhecíamos transformou em um ambiente virtual, o que muito difere do estilo apresentado pelas aulas presenciais. Nesta mesma linha de evolução a avaliação do ensino aprendizagem também evoluiu sendo que o professor, formador ou educador passa a ter acréscimo de atribuições como uso de ferramentas, recursos tecnológicos, participação em equipe multidisciplinar assumindo um papel de coordenador, organizador e estimulador do conhecimento uma vez que este aluno passa a ter uma aprendizagem autônoma, porém, sob orientação (FALAVIGNA, 2008).


Para Luckesi Avaliar é:
Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva. O ato de examinar, por outro lado, é classificatório e seletivo e por isso mesmo, excludente, já que não se destina à construção do melhor resultado possível; tem a ver, sim, com a classificação estática do que é examinado. O ato de avaliar tem seus focos na construção dos melhores resultados possíveis, enquanto o ato de examinar está centrado no julgamento de aprovação ou reprovação. Por suas características e modo de ser, são atos praticamente opostos; no entanto professores e professoras, em sua prática escolar cotidiana, não fazem essa distinção e, deste modo, praticam exames como se estivessem praticando avaliação (LUCKESI, 2002 p 05).


A avaliação pode ser compreendida como uma ação pedagógica necessária para a qualidade do processo ensino aprendizagem, facilmente observada três funções didáticas sendo elas: Diagnóstica esta inserida na etapa inicial do educando, ou seja, levantamento da situação inicial; Formativa onde sua principal utilidade é demonstrar erros e acertos de educando e educador no processo ensino-aprendizagem possibilitando o aperfeiçoamento de ambas as partes; Por fim é considerada avaliação somativa, pois visa verificar o nível de aproveitamento do aluno ao final do curso (PILETTI 1987, apud LIBÂNEO, 1991, apud HAYDT, 2002 apud SANTOS. 2007).


Para Almeida (2001) a avaliação formativa serve como um parâmetro de controle no processo ensino-aprendizagem.
Os ambientes virtuais de aprendizagem possuem ferramentas que permitem ao professor, educador avalie o desempenho apresentado pelo aluno, pois é desafiador o fato de aluno e professor não estarem juntos em mesma sala de aula. Na Educação a Distância o processo de ensinar e aprender possui particularidades especiais e requerem habilidades do educador tendo em sua ação avaliadora uma exigência maior do que na avaliação presencial onde existe a interação direta do binômio aluno/professor (TURRIONI, 2010).


Sem dúvida todo educador há de concordar que a avaliação por si só constitui-se num dos pontos mais delicados da prática docente, o professor preocupa-se com o resultado da avaliação, pois oferecem parâmetros de avaliação sobre sua própria atuação que com certeza refletirá numa melhor abordagem ao discente, e não se resumindo ao simples fato de avaliação do aluno. A avaliação no ensino a distância implica em repensar o próprio paradigma educacional (HAYDT, 1997, apud SANAVRIA, 2008).


Vidal classifica em níveis a avaliação no ensino a distância:
A avaliação do formando, que pretende comparar os conhecimentos e aptidões adquiridos por eles. Esta avaliação pode ser feita, recorrendo a testes ou exames finais, trabalhos realizados individualmente ou em grupo, podendo ser realizados no inicio do curso (pré-testes), durante e após a conclusão (pós-testes), conforme o interesse, necessidade e evolução do formando.


A avaliação da formação pode ser utilizada para rever o curso à medida que ele está implementado. Verificar se os objetivos são os adequados, bem como o nível de satisfação individual, assim como a opinião do formando sobre os conteúdos programáticos, os aspectos positivos ou negativos.


A avaliação do sistema, que permite avaliar as tecnologias utilizadas, a avaliação, o atendimento, os serviços, a duração e a organização (VIDAL, 2002 p 32).


Saraiva (1995) acredita que avaliação é um processo sistemático de levantamento e interpretações de informações que fundamentam o julgamento de mérito de valor de um objeto e que devem levar em consideração a estrutura de seu contexto tais como valores, percepções, motivações e intenções. 


Segundo o MEC (2000) no ensino superior o modelo de avaliação da aprendizagem do aluno deve considerar seu ritmo e proporcionar desenvolvimento cognitivo, habilidades e atitudes visando primordialmente alcançar os objetivos propostos, e esta avaliação permita ao aluno segurança tornando autônomo, critico responsável maduro intelectualmente e seja fruto da qualidade do processo ensino aprendizagem da educação a distância. A avaliação responsável é fundamental para que o diploma conferido seja legitimado pela sociedade.


Avaliação é realmente um grande desafio e muito mais complexa que no modelo presencial para Oliveira (2003) a avaliação da aprendizagem do aluno dever estar atrelada a uma avaliação institucional que deverá conter aspectos como:

A qualidade dos métodos, meios e materiais utilizados;

A tutoria desenvolvida, em seus vários procedimentos e estratégias;

A organização interna do curso, o planejamento, o cronograma etc.;

O acompanhamento dos alunos, procurando-se examinar os efeitos do curso sobre suas vidas profissionais;

A evasão e as dificuldades encontradas pelos alunos;

As relações sócio-pedagógicas, assim como a integração dos sujeitos envolvidos e a orientação formativa;

O impacto do curso sobre a comunidade externa, o interesse despertado, a ênfase qualitativa e a “reputação” que vai construindo, entre outros aspectos;

E os procedimentos de avaliação de aprendizagem utilizados.


Esta forma de avaliação institucional deve ser um empreendimento coletivo que em principio... deve compreender os sentidos múltiplos e até mesmo contraditórios dos processos relacionados, que tornam a educação a distancia formadora de uma comunidade de comunicação. (OLIVEIRA, 2003 p 04).

No nosso país, diversas instituições de ensino, pública e privada, têm utilizado dos ambientes de aprendizagem do ensino a distância para auxiliar os métodos tradicionais de ensino no tocante a avaliações virtuais, que por sua vez tem sido um atrativo a mais, onde os alunos tem apresentado uma motivação maior nas disciplinas cursadas. No entanto Justulin (2004) 
acredita que embora as tecnologias proporcionassem um enorme avanço a educação a distancia ainda resta um grande problema a ser resolvido: “a maneira como o qual o aluno é avaliado”. Uma vez que a mesma é feita através de informações repassadas pelo aluno ao professor onde através de comentários e sugestões cumpre o ato de avaliar.
Basicamente, um sistema de avaliação do ensino a distancia é composto de uma interface com o aluno e um sistema de busca e avaliação, onde o professor fica responsável por inserir o conhecimento sobre um determinado assunto. O aluno, então, é avaliado de acordo com a base de dados existente, e um retorno é enviado tanto para o aluno, como ao professor (JUSTULIN, 2004 p 03).


A avaliação pelo método tradicional sem dúvida pelo fato de estar diante com aluno tem sido uma atividade menos difícil, todavia a educação a distância tem virado esta página através dos ambientes virtuais de aprendizagem que permitem superar a distância entre professor e aluno, quer seja via satélite ou através do professor tutor. Portanto para que o processo atinja o ponto ideal faz necessário “a construção de um elo de aproximação, sem perder de vistas as qualidades e exigências que um curso superior exige.” (ARRUDA, 2009 p 02)


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os autores acima citados a Educação a Distância no Ensino Superior sofreu diversas transformações em pouco mais de um século, seguramente alicerçada pelo avanço tecnológico adquirido nos últimos anos, onde a evolução dos ambientes virtuais de aprendizagem tem oportunizado acesso ao ensino superior bem como a cursos de pós-graduação à brasileiros em todos os cantos do país.


Considerando as dimensões do território nacional em todas as suas particularidades de acesso o Ensino Superior a Distância, através da revolução vivenciada dos sistemas de informação, os ambientes virtuais de aprendizagem tem apresentado com forte opção de inclusão a academia, para tanto deverá sempre está norteada por ações políticas pedagógicas de estimulo a um ensino de qualidade e imaculado, livre de dúvidas em todo processo. 


Portanto, o momento é oportuno para avançarmos rumo à flexibilização entre o virtual e o presencial em comum acordo metodológico, tecnológico e de avaliação.

6. REFERÊNCIAS 

ALMEIDA, M.E.B Educação a Distância no Brasil: Diretrizes Políticas, Fundamentos e Práticas – 2002 Disponivel em cecemca.rc.unesp.br/.../EaD/.../atigo%20Beth%20Almeida%20RIBIE.pdf Acessado em 08/07/2010 as 00:08 h.

ALMEIDA, M.E.B Formando professores para atuar em ambientes virtuais de aprendizagem _ 2001 Disponível em www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/mariaelizabethalmeida.rtf acessado em 08/07/2010 as 23:00 h.

ARRUDA, D.E.P. Educação a Distância e Tutoria – 2009 . Disponível em http://www.cibersociedad.net/congres2009/es/coms/educasao-a-distancia-e-tutoria/1067/ , acessado em 03/08/2010 as 22:20h.

ASSIS, M.P. Estratégias de Avaliação em Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Um Estudo Sobre Múltiplas Inteligências – 2002 Disponível em http://lilianebarros.com/artigos/paulina.pdf acessado em 30/07/2010 as 00:02 h.

COSTA, L.A.C. et al Ambientes Virtuais de Aprendizagem e suas Possibilidades Construtivistas – 2005 Cinted UFRGS Novas Tecnologias da Educação vol 03 nº maio. Disponível em http://www.cinted.ufrgs.br/renote/maio2005/artigos/a25_ambientesvirtuais.pdf acessado em 29/07/2010 as 23:00 h.

Decreto Presidencial nº 5622, de 19 de dezembro 2005 – refere em capitulo I artigos 01 e 02 Disponível em portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/dec_5622.pdf acessado em 08/07/2010 as 20:30 h.

Decreto Presidencial nº 5773 de 09 de maio 2006 – em seus artigos 01 e 02 Disponível em portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/dec_5773_06.pdf acessado em 08/07/2010 as 00:32 h.
FALAVIGNA, G. et al. Processo de Avaliação na Educação a Distância – EAD – 2008 Disponível em homepage.mac.com/.../De%20Avaliação%20Na%20Educação%20A%20Distância%20-%.... acessado em 31/07/2010 as 10:40 h.

JUSTILIN, F. et al O Perfil das Ferramentas de Avaliação para Instrução Baseada na Web. Disponível em inf.unisul.br/~ines/workcomp/cd/pdfs/2354.pdf , acessado em 03/08/2010 as 22:38h.

Lei Federal nº 9394 de 20 de dezembro 1996 - refere em seu artigo 80 Disponível em portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf acessado em 08/07/2010 as 20:00 h.

LUCKESI, C.C. Avaliação da Aprendizagem na Escola e Questão das Representações Sociais - 2002 Eccos Revista Cientifica vol 04 fascículo 02 . Disponível em http://www.luckesi.com.br/textos/art_avaliacao/art_avaliacao_eccos_1.pdf acessado em 31/07/2010 ás 10:20 h.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Indicadores de Qualidade para cursos de Graduação a Distância – 2000. Disponível em portal.mec.gov.br/ , acessado em 03/08/2010 as 22:32h.

MORAN, J.M Modelos de Ensino a Distância no Brasil – 2006 Revista Eletrônica Sumaré Disponível em http://www.sumare.edu.br/raes/edicoes/ed01/raesed01_artigo06.pdf acessado em 20/07/2010 as 20:00 h.

MORAN, J.M O que é Educação a Distância - 2002 Disponível em www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm acessado em 25/07/2010 as 23:59 h.

MORAN, J.M. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil – 2009 Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm acessado em 20/07/2010 as 21:50 h.

OLIVEIRA, E.S.G o Desafio da Avaliação da Aprendizagem em Programas de Educação a Distância – 2003 Disponível em http://www.virtualeduca.org/encuentros/miami2003/es/actas/3/3_02.pdf acessado em 03/08/2010 as 22:45 h.

PEREIRA, A.T C et al Ambientes Virtuais de Aprendizagem – 2007 Disponível em http://www.livrariacultura.com.br/imagem/capitulo/2259532.pdf acessado em 26/07/2010 as 00:42 h.

QUEIROZ, F.C.B.P Acesso e Permanência no Ensino Superior Brasileiro – Há Superdimensionamento da Oferta? – 2003 Disponivel em www.inpeau.ufsc.br acessado em 20/07/2010 ás 22:12 h

RIBEIRO, E.N. A importância de Ambientes Virtuais de Aprendizagem na Busca de Novos Dominios da EAD – 2007 Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/4162007104526AM.pdf acessado em 26/07/2010 as 00:38 h.

ROMISZOWSKI, A. História da Evolução a Distância – 2005 Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta a Distância vol 2 nº4 Disponível em http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=11&texto=612 acessado em 20/07/2010 as 22:10h.

SANAVRIA, C.Z. Concepções de Professores de Educação a Distância sobre a Avaliação da Aprendizagem – 2008. Disponível em http://200.169.53.89/download/CD%20congressos/2008/V%20ESUD/trabs/t38657.pdf ,acessado em 31/07/2010 as 10:28 h.
SANTOS. J.F.S. Avaliação do Ensino a Distância – 2007. Revista Iberoamericana de Educacion Disponível em http://www.rieoei.org/deloslectores/1372Severo.pdf acessado em 20/07/2010 as 22:10 h.

SARAIVA, T. Avaliação da Educação a Distância: sucessos,dificuldades e exemplos – 1995. Disponível em http://www.senac.br/informativo/bts/213/2103032045.pdf, acessado em 03/08/2010 22:09 h.

TORRES, P. Os Paradoxos do Ensino superior a Distância no Brasil_ponencia – 2004 UNESCO Disponível em e-espacio.uned.es Acessado em 23/07/2010 as 02:01 h

TURRIONI, A.M.S. Critérios de Avaliação para Educação a Distância – 2010 . Disponível em http://www.gepehumanas.unifei.edu.br/producoes/documentos/60800.pdf, acessado em 31/07/2010 as 10:33 h.

VIDAL, E. Ensino a Distância VS Ensino Tradicional – 2002 Porto Disponível em http://www2.ufp.pt/~lmbg/monografias/evidal_mono.pdf Acessado em 10/07/2010 ás 15:54 h.

Cosme Sampaio da Silva
Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2002). Atualmente é enfermeiro da Prefeitura Municipal de Campo Grande MS e do Hospital Universitário da UFMS Pós graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior - UNAES - ANHANGUERA Campo Grande MS e Pós graduado em Gestão e Auditoria em Saúde Pública pelo Libera limes, Campo Grande MS.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Qual a diferença entre Faculdade, Universidade e Centro Universitário

E qual a diferença na prática? Segundo Ivelise Fortim, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e coautora do livro "Orientação Profissional Passo a Passo", basicamente, é uma só: "Quando você está dentro da universidade, tem maior chance de participar de pesquisas e de fazer iniciação científica [projeto de estudos durante a graduação]".

Tudo depende, de acordo com Ivelise, do interesse do estudante: "Se ele tem a intenção de voltar sua formação somente para a entrada no mercado de trabalho, tanto faz o tipo de instituição que escolher", aponta.

É claro que esta é uma generalização, já que há faculdades que fazem pesquisa séria, têm trabalhos com a comunidade e boa qualidade de ensino. Ao mesmo tempo, também existem universidades que deixam a desejar nas condições de ensino.

Por isso, na hora de escolher, é preciso ficar atento se a instituição de ensino cumpre o que é exigido pelo MEC (Ministério da Educação) e pela lei brasileira.

Universidade

As universidades devem oferecer, obrigatoriamente, atividades de ensino, de pesquisa e de extensão (serviços ou atendimentos à comunidade) em várias áreas do saber. Elas têm autonomia e podem criar cursos sem pedir permissão ao MEC.

As federais são criadas somente por lei, com aprovação do Congresso Nacional. As particulares podem surgir a partir de outras instituições como centros universitários.

Os requisitos mínimos são os seguintes:

  • Um terço do corpo docente, pelo menos, deve ter título de mestrado ou doutorado. Quanto maior a titulação dos professores, mais tempo de pesquisa e mais experiência para transmitirem aos estudantes.
  • Um terço do professorado deve ter contrato em regime de tempo integral - esses são os profissionais que costumam oferecer maior dedicação à instituição. Quando um docente é contratado para poucas aulas, normalmente, tem menos tempo para atender os universitários e para desenvolver projetos de pesquisa e extensão.
  • Desenvolver, pelo menos, quatro programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) com boa qualidade - um deles deve ser de doutorado.

  • Centro universitário

    Os centros universitários, assim como as universidades, têm graduações em vários campos do saber e autonomia para criar cursos no ensino superior.

    Em geral, são menores do que as universidades e têm menor exigência de programas de pós-graduação. No entanto, há algumas regras que eles precisam cumprir:

  • Ter, no mínimo, um terço do corpo docente com mestrado ou doutorado.
  • Ter, pelo menos, um quinto dos professores contratados em regime de tempo integral (observe que o percentual é menor do que o exigido nas universidades).

  • Faculdade

    As faculdades são instituições de ensino superior que atuam em um número pequeno de áreas do saber. Muitas vezes, são especializadas e oferecem apenas cursos na área de saúde ou de economia e administração, por exemplo.

    Outra diferença para os centros universitários e universidades é a seguinte: quando uma faculdade pretende lançar um curso, ela tem de pedir autorização do Ministério da Educação - ou seja, não tem autonomia para criar programas de ensino. Contudo, as faculdades devem cumprir uma exigência:

  • O corpo docente tem de ter, no mínimo, pós-graduação lato sensu - normalmente menores do que os mestrados e doutorados.


  • Fontes consultadas: site do MEC e Instrumento de Avaliação Institucional Externa.

    Centro Universitário

    De acordo com o Decreto nº 5.773/06, as instituições de educação superior, de acordo com sua organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, são credenciadas como:
    I - faculdades;
    II - centros universitários; e
    III - universidades.
    As instituições são credenciadas originalmente como faculdades. O credenciamento como universidade ou centro universitário, com as consequentes prerrogativas de autonomia, depende do credenciamento específico de instituição já credenciada, em funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.
    As universidades se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
    I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural quanto regional e nacional;
    II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; e
    III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
    § 1º A criação de universidades federais se dará por iniciativa do Poder Executivo, mediante projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional.
    § 2º A criação de universidades privadas se dará por transformação de instituições de ensino superior já existentes e que atendam ao disposto na legislação pertinente.
    São centros universitários as instituições de ensino superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar. Os centros universitários credenciados têm autonomia para criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior.

    Gestão de recursos humanos em bibliotecas universitárias: reflexões

    Júlia Gonçalves da Silveira
    Doutora em ciência da informação. Professora Adjunta da UFMG. Escola de Ciência da Informação. Departamento de Organização e Tratamento da Informação. E-mail: juliags2@hotmail.com



    RESUMO
    Apresenta os resultados de uma revisão de literatura feita sobre gestão de recursos humanos em bibliotecas universitárias com o objetivo de conhecer a situação atual apresentada por alguns estudiosos da área, assim como contribuir para melhoria da performance dos administradores de unidades de informação atuantes no contexto acadêmico.
    A realidade estudada, nos trabalhos selecionados para análise, sugere mudanças de posturas no desempenho dos gerentes das bibliotecas universitárias nacionais, assim como na maneira de as organizações considerarem seus subsistemas. Recomenda tanto aos bibliotecários quanto às instituições universitárias assumir uma postura mais efetiva relacionada aos investimentos em atividades de capacitação, aperfeiçoamento e qualificação, para que tenham condições de implementar serviços e produtos de informação científica e tecnológica mais adequados às demandas e necessidades da comunidade, especialmente da universitária. Sugere, ainda, aos gerentes das bibliotecas universitárias, que assumam posturas mais efetivas, relativas a posicionamentos políticos e humanitários perante a nova ordem econômica mundial, na qual aspectos sociais, culturais e humanos tendem a ocupar espaços secundários.
    Palavras-chave: Gestão de recursos humanos. Gestão de pessoas. Gestão de capital humano. Gestão de bibliotecas universitárias. Gestão de bibliotecas acadêmicas.

    ABSTRACTS
    The results of a literature review about human resources management at university libraries are brought out here for the purpose of knowing the present situation presented by some scholars in this area, as well as contributing to the betterment of the performance of managers of information units operating in this academic context. The reality studied through selected works for analysis suggests changes in the positions concerning the performance of managers of the national university libraries, as well as in the way of how the organizations take into consideration their subsystems. It is recommended that both the librarians and university institutions take up a more effective position as regards investments in activities of capacity, improvement and qualification. So better conditions should be held for implementing services and products of scientific and technological information fitting better for the demands and needs of especially the academic community. It is furthermore suggested that the university library managers may take up a more effective attitude in relation to the political and humanitarian positions before the new economic world order, in which social, cultural and haman aspects are placed in a second plan.
    Keywords: People management. Human capital. Human resources management. University libraries management. Academic libraries management.



    INTRODUÇÃO
    O fenômeno atual de globalização, que preconiza e pressiona organizações educacionais, em escala mundial, a serem predominantemente competitivas, eficazes e rentáveis é fator que deve ser motivo de reflexão dos administradores de bibliotecas.
    Sob a ótica da nova ordem econômica mundial, a educação é considerada essencialmente uma fonte de despesas. Condições sociais, culturais e humanas tendem a ocupar espaços secundários e, muitas vezes, totalmente excluídas dos elencos de prioridades instituídas ou legitimadas por aqueles países ou indivíduos que dominam outros em aspectos relativos às condições econômicas e culturais (SANTOS, 2001).
    As pessoas ou capital humano, como cognominadas na atualidade, constituem elementos essenciais para as organizações, sendo da competência dos seus gestores a criação e a manutenção de condições ideais nos seus respectivos ambientes de trabalho (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001).
    Aos gestores ou administradores das bibliotecas universitárias, cabe, entre outras funções gerenciais, o estabelecimento de relações positivas com sua equipe de trabalho, favorecendo e estimulando o alcance de objetivos comuns entre pessoas e organizações (SILVA, 2000; XUDONG, 2006).
    As bibliotecas universitárias são agências sociais criadas para fomentar o alcance de atividades fim das universidades. Devem se empenhar para alcançar objetivos e cumprir metas organizacionais e sociais relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. Em contrapartida, devem atender a expectativas de sua comunidade interna de trabalhadores, ou seja, de seu diversificado quadro de funcionários, de modo a favorecer a qualidade de vida e satisfação no ambiente de trabalho.
    Em decorrência da complexidade do tema, assim como pela impossibilidade de abordar todos os aspectos envolvidos na questão em um só artigo, buscou-se apresentar e chamar à reflexão alguns pontos considerados recorrentes na totalidade da literatura analisada para a construção deste trabalho, o qual se enquadra na tipologia de pesquisa de análise teórica.
    Constitui objetivo deste artigo, portanto, apresentar uma síntese de estudos feitos sobre a problemática de gestão de recursos humanos ou de pessoas em organizações de modo geral e em bibliotecas universitárias, de modo especial.
    Sob outra ótica, pretende-se divulgar e compartilhar os estudos feitos, no intuito de contribuir para melhoria da performance dos administradores de unidades de informação ou, mais especificamente, gestores atuantes em contextos de bibliotecas acadêmicas ou universitárias, provavelmente preocupados com essa questão, que se considera de extrema relevância para o campo de ciências sociais, incluindo aí as áreas de biblioteconomia e ciência da informação.

    RESULTADOS DO ESTUDO DA LITERATURA
    Bibliotecas universitárias
    Considerada um dos pilares da vida acadêmica, as bibliotecas universitárias têm por função essencial subsidiar as atividades de ensino, de pesquisa e de extensão desenvolvidas nas universidades, mediante a provisão de recursos informacionais seletivos, diversificados e organizados.
    Apesar da sucinta expressão que tenta descrever, em poucas linhas, a função primordial desses órgãos, considera-se de extrema complexidade tanto seu papel quanto sua administração. Complexidade essa proveniente da diversidade, pluralidade de segmentos que devem ser atendidos da forma mais conveniente possível e, também, das interferências inerentes à sua condição de subsistema, condicionado às vertentes e forças políticas internas e externas, muitas vezes conflitantes e adversas.
    Como destacado por Almeida (2008, p. 57):
    essa organização é corresponsável pelo avanço científico e tecnológico ocorrido nos últimos tempos [...] faz parte de uma organização maior [...] as pessoas envolvidas na equipe desse tipo de organização necessitam acompanhar e, de preferência, estar à frente das mudanças que possam ocorrer em seu ambiente [...] nas organizações, cada trabalhador é responsável por uma ou mais atividades, e para que ele continue a realizar tais atividades, é preciso seguir aprendendo [...].
    A educação de nível superior mundial e nacional tem sido conclamada a corresponder a anseios sociais e pressões políticas das mais diversas ordens, neste limiar do século 21. Aspectos referentes à inclusão e ampliação de vagas e criação de novos cursos; reestruturações de projetos pedagógicos e de métodos docentes, reformas da legislação que rege o ensino superior, estabelecimento de parcerias internas e externas, melhoria da qualidade do ensino visando especialmente a fomentar uma aprendizagem ao longo da vida, entre outras questões, constituem ordem do dia nas discussões de órgãos colegiados das universidades, temáticas de eventos e de artigos de publicações científicas (MACEDO et al., 2005; ORGANIZACIÓN..., 2005; MICHELOTTO; COELHO; ZAINKO, 2006; BERTOLIN, 2007).
    As bibliotecas universitárias mundiais têm sido chamadas a atender a apelos da mesma ordem, já que constituem subsistemas universitários, devendo estar aptas e dispostas a construir novos modelos estruturais, de modo a alcançar uma posição de destaque, na condição de sistema que deve favorecer a pesquisa, a construção de fontes de informação científica, a divulgação do conhecimento e a aprendizagem, acrescentada de sua função de prestação de serviços extensionistas (ODDONE, 1998; HARBOE-REE, 2007; BARRIONUEVO ALMUZARA, 2008).
    Obviamente, para atingir os objetivos e cumprir as metas que visam ao cumprimento das novas diretrizes, há necessidade de visão gerencial proativa por parte dos gestores das bibliotecas acadêmicas ou universitárias, que leve à elaboração e ao estabelecimento de planos estratégicos que priorizem a formação de recursos humanos que irão atuar em ambientes mutáveis, que estejam capacitados para a convivência com novas situações, que saibam superar o empirismo e que busquem suporte teórico em áreas interdisciplinares, que possam auxiliá-lo a atuar em todos os campos, nos quais a informação e o conhecimento forem objetos de ação.
    No decorrer deste trabalho serão apresentados os resultados de alguns estudos teóricos, inclusive publicados entre as décadas de 1980 e 90. Eles podem auxiliar a compreensão e contribuir para o enfrentamento de alguns dos desafios que se colocam contemporaneamente no caminho profissional dos gestores organizacionais da era informacional (após 1990) focada, segundo Chiavenato, (2000) na tecnologia da informação, na globalização, nos serviços, na aceleração de mudanças, na imprevisibilidade, na instabilidade e incerteza e com ênfase na produtividade, na qualidade, na competitividade, no cliente e na globalização.
    Adotar significados da sociedade do conhecimento, apresentados pela Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciência y la Cultura (Unesco) (2005), envolve uma reflexão em torno da vertente que "sociedade do conhecimento compreende dimensões sociais, éticas e políticas muito mais amplas", do que simplesmente se ater aos aspectos relacionados aos progressos tecnológicos atuais. A sociedade da informação idealizada implica trabalhos compartilhados e cooperativos em prol de uma sociedade mais consciente dos problemas que afetam a humanidade, usando a informação e o conhecimento para o desenvolvimento coletivo, enfim para efetivar processos de comunicação e de autoaprendizagem. Conforme Rendón Rojas (2007, p. 11), uma sociedade do conhecimento deveria garantir o compartilhamento do saber, a integração de cada um de seus membros, além de promover novas formas de solidariedade com as gerações presentes e futuras, e sequer admitir a existência de marginalizados.
    Gestão de recursos humanos em organizações e bibliotecas universitárias
    Messeder (1989, p. 50) chama a atenção para o atraso da área de administração de recursos humanos em nosso país e considera que na maioria das empresas brasileiras predomina uma "administração de recursos humanos cartorial e burocrática, com pouca ou nenhuma preocupação com o desenvolvimento/crescimento individual e profissional."
    A busca de economia, eficiência e racionalidade é questão fundamental para qualquer organização, na medida em que ela dificilmente sobreviverá, caso não considere esse princípio indiscutível da administração.
    Entretanto, afirma o autor, "há necessidade de se dar mais atenção às vertentes científicas que construíram o universo conceptual da administração de recursos humanos". Nesse sentido, ressalta Messeder, precisamos
    "[...] conscientizar-nos de que o homem está no centro de tudo e que as estruturas organizacionais são estabelecidas para servirem de instrumento à realização humana, portanto, deverão estar a seu serviço e não contra ela" (MESSEDER, 1989, p. 60).
    Referindo-se à situação de crise e instabilidade constante no país, que parece acentuar os conflitos, tensões e pressões ambientais nas relações sociais e humanas nas organizações, Messeder considera que as questões como participação, inovação tecnológica e outras que afetam as relações de trabalho internamente devem ser objeto de preocupação constante do administrador, cujo papel deveria ser redimensionado
    "levando-se em conta que a ele cabe a tarefa de harmonizar o processo de mudança organizacional, mais comprometido com os aspectos sociais e não somente com o seu equipamento instrumental e tecnológico".
    Com relação à participação intraorganizacional, o autor observa que não se pode desvincular dessa questão o processo mais amplo de participação social. Afirma que
    "é nas organizações que se acentua o processo de exploração e de supressão dos direitos sociais e culturais, a partir da divisão do trabalho, da distribuição do poder e da riqueza e das desigualdades inerentes a esse processo" (MESSEDER, 1989, p. 56).
    Outro fator que influencia as relações de trabalho, lembrado por Messeder, e que não poderia ser desconsiderado pela administração de recursos humanos das organizações atuais, diz respeito ao impacto causado pelo processo de inovação e de obsolescência rápida das tecnologias que afetam tanto a natureza quanto os processos de trabalho:
    nesse aspecto, parece-nos que a administração de recursos humanos tem importante papel a desempenhar. Existe grande expectativa com relação a novas políticas de recursos humanos que facilitem e agilizem os esforços de treinamento e desenvolvimento de grandes contingentes de mão-de-obra. Nesse particular, grandes alterações deverão ser feitas no conteúdo dos programas, pois maior preocupação com o planejamento e a avaliação se tornará uma exigência dos novos tempos (MESSEDER, 1989, p. 59).
    Em resultados de estudos da literatura nacional relatados em dissertação apresentada e defendida junto ao curso de Mestrado em ciência da informação/Administração de Bibliotecas, Silveira (1991) constatou que poucos foram os trabalhos que abordaram as bibliotecas universitárias sob sua condição de agências sociais que agregam pessoas que devem ser gerenciadas por líderes adequadamente preparados em áreas pertinentes ao campo de administração de recursos humanos.
    A literatura de biblioteconomia e ciência da informação ressalta a necessidade de mudança de atitude do bibliotecário para que ele se enquadre ao perfil desejável do profissional de informação demandado pela sociedade.
    Entre alguns itens referentes ao perfil desejável desse profissional, são encontradas diversas menções para que ele seja criativo, dinâmico, eficiente. No âmbito interno das bibliotecas, essas características dizem respeito ao perfil ideal tanto dos seus gestores quanto das outras pessoas que compõem o seu quadro de pessoal.
    Quanto aos gerentes, precisam ter conhecimentos diferenciais e se qualificar para atuar em áreas fundamentais ao desenvolvimento harmonioso das bibliotecas universitárias, incluindo o planejamento organizacional, financeiro, de outros recursos físicos e humanos. Devem assumir a responsabilidade pela gestão de atividades específicas e complexas, como formação e desenvolvimento de pessoas e coleções; tratamento técnico dos documentos e de recursos de informação de modo geral; inclusão de novas tecnologias e de novas metodologias que facilitem o trabalho e acesso à informação; fomentar ações que objetivem a educação e formação de habilidades de uso da biblioteca e de seus recursos informacionais em sua comunidade de usuários; integrar o setor em atividades cooperativas e extensionistas, entre outras.
    Fiúza, Paim e Ferreira (1987, p. 52), em uma proposta para cursos de especialização em administração de bibliotecas universitárias, afirmam que habilidades gerenciais se adquirem a partir do conhecimento das bases teóricas de administração e destacam a necessidade de "conhecer vários tipos de estilos gerenciais e desenvolver a capacidade de sintetizá-los e aplicá-los a uma instituição específica".
    Tendo-se em vista o êxito de suas funções na universidade, os gerentes deverão considerar, como um dos pontos básicos do planejamento das bibliotecas universitárias, a formação e a qualificação de seus recursos humanos, a começar pelo cuidado com a própria condição de administrador. Nesse sentido, deve dominar conhecimentos específicos da área gerencial e transformá-los em boas práticas, visando tanto ao desenvolvimento organizacional, quanto ao de sua equipe de trabalho.
    Estariam as bibliotecas universitárias brasileiras favorecendo o desenvolvimento individual e profissional dos bibliotecários nelas atuantes?
    Robredo e Cunha (1986, p. 17) destacam que há necessidade de o bibliotecário possuir conhecimentos interdisciplinares e ser flexível para se adaptar "às exigências de um mercado que evolui e se 'tecnifica' com grande rapidez". Consideram que áreas de interesse dominante do bibliotecário resultariam da convergência de três grupos principais de disciplinas: teoria da informação, incluindo a cibernética, a linguística, a lógica formal, etc.; técnica da informação, incluindo a engenharia elétrica e eletrônica, a programação de computadores, etc.; funções ou atividades de prestação de serviços, que incluiria a gerência de bibliotecas e centros de informação.
    Neves (1986) também aponta o caráter interdisciplinar da biblioteconomia que, como outras áreas sociais aplicadas, não subsiste por si mesma, devendo beneficiar-se de técnicas e metodologias de outros campos do conhecimento, de modo a exercer sua prática de maneira eficaz, incluindo administração, estatística, psicologia social, ciências econômicas, pedagogia, filosofia e ciência da computação.
    Abordando a questão referente às atividades de treinamento ou aperfeiçoamento utilizadas por 477 bibliotecários acadêmicos, Pasquarelli (1987) mostra que esses profissionais frequentam preferencialmente cursos de extensão universitária, em detrimento das etapas de especialização, mestrado e doutorado. A autora pondera que os cursos de curta duração oferecem baixo grau de aproveitamento, pois geralmente apresentam "os assuntos superficialmente."
    Ao analisar diversas barreiras que inviabilizam o processo de transferência de informação nas bibliotecas universitárias nacionais, Santana (1989) afirma que essas instituições, embora detentoras dos maiores e melhores acervos em ciência e tecnologia, e tendo, como usuários,
    "uma clientela potencialmente das mais importantes para o país, não dispõem dos mínimos recursos para a consecução de sua principal finalidade: a transferência da informação".
    A autora considera que, geralmente, o bibliotecário acadêmico não está capacitado para contribuir no sentido de reverter a situação de inoperância dessas bibliotecas, e enfatiza a necessidade de ele se "conscientizar sobre a função social da biblioteca universitária e da sua própria". Santana considera, ainda, que a universidade necessita assumir uma postura mais efetiva com relação a programas de capacitação e aperfeiçoamento contínuo do bibliotecário, para que ele tenha condições de implementar serviços de informação científica e tecnológica mais adequados às demandas e necessidades da comunidade.
    Rozados (2007), em trabalho apresentado durante o 2º Congreso Brasileiro de Bibliotecología, realizado na cidade de Buenos Aires, atenta para a importância que deve ser dada à educação continuada, a fim de que os profissionais bibliotecários obtenham conhecimentos relacionados à educação para o trabalho. Alega, a autora, que o aprendizado contínuo favorecerá o atendimento "tanto das necessidades das organizações quanto as pessoais". Destaca o conceito de educação contínua como "processo de formação constante, de aprender sempre, de aprender em serviço, juntando teoria e prática, refletindo sobre a própria experiência, ampliando-a com novas informações e relações". A autora apresenta ainda o conceito de organizações que aprendem, de Peter Senge, registrado em seu livro A quinta disciplina:
    [...] aquela nas quais as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar resultados que realmente desejam, onde surgem novos e elevados padrões de raciocínio, onde a aspiração coletiva é libertada e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender em grupo.
    Abordando o problema de gerência de ideias novas na organização moderna, que se vê diante de mudanças rápidas, nas quais demandas de conhecimentos e habilidades necessárias já não são facilmente previsíveis, Motta (1989) considera a criatividade como um "recurso existente em todos os seres humanos". Afirma que "as organizações deveriam criar condições para que os indivíduos liberem seu potencial criativo e promovam as inovações" necessárias e adaptativas a novas circunstâncias.
    O autor sugere que as organizações projetem tarefas e funções que se constituam em desafios e pressões para o aumento da criatividade do indivíduo, interferindo em sua atuação profissional. Para que os desafios estimulem a criatividade, Motta esclarece que o trabalho na organização deve representar "desafio para o alcance de resultados, mas que também proporcione suficiente autonomia individual para imaginar, desenhar e criar alternativas de produção e de comportamento administrativo".
    Sendo a criatividade uma característica potencial nos indivíduos e um recurso altamente disponível nos ambientes organizacionais, o autor ressalta que os gerentes devem desenvolver habilidades criativas de todos os membros da organização, o que considera mais importante do que "institucionalizar grupos de pensadores sofisticados, para desenvolver habilidades criativas".
    Motta considera a inovação para a solução dos problemas que se apresentam nas organizações um processo complexo porque envolve a alteração de crenças, de hábitos e de interesses individuais e coletivos sedimentados. Destaca, em contrapartida, que compete ao gerente ou administrador estimular a criatividade individual, despertando no indivíduo o espírito crítico e oferecendo as oportunidades de descobrir e conhecer novas possibilidades e alternativas.
    Considerando a inovação como processo organizacional coletivo, "onde ideias individuais, únicas, precisam ser coletivizadas e institucionalizadas", Motta defende a importância de mobilização de todos os recursos existentes na organização, em prol da criação de condições favoráveis e superação de eventuais resistências, a fim de impulsionar mudanças julgadas positivas, benéficas a determinada organização.
    O autor citado salienta que a teoria organizacional moderna, além de considerar o comportamento administrativo dos indivíduos, componentes de uma organização, a partir de alguns fatores de socialização externa (características individuais aprendidas fora da ambiência de trabalho) e de sua própria capacidade individual (enquanto agente potencial de mudança), pode ser influenciada ou explicada com base nas próprias condições organizacionais:
    [...] na perspectiva comportamental, a teoria organizacional moderna é altamente baseada na premissa de que são as organizações, e não os indivíduos, os grandes responsáveis pela ineficiência e ineficácia que se pode constatar na ambiência organizacional. Essa responsabilidade é diretamente vinculada à falha das organizações em proporcionar a seus funcionários oportunidade razoável de crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Assim, dificuldades administrativas devem ser procuradas menos na competência técnica da instituição ou na ineficiência individual, e mais nas condições oferecidas pela organização para estimular a ação, como também para satisfazer as necessidades e expectativas individuais e profissionais de seus membros (MOTTA, 1989, p. 79).
    A teoria organizacional contemporânea aceita, como ponto de partida, que as pessoas desejam desenvolver-se para atingir níveis mais altos de realização pessoal e profissional, assim como possuem grande potencial de aperfeiçoamento. Com relação ao seu trabalho, desejam progredir, aprender novas habilidades e adquirir novos conhecimentos.
    Para a condução eficaz de um processo de inovação na organização, Motta apresenta 12 proposições retiradas da teoria gerencial contemporânea, sendo que as sete primeiras referem-se mais a condições organizacionais e as outras cinco a recomendações de natureza individual ao gerente:
    1. transfira acentuadamente poder e iniciativa;
    2. adote a perspectiva globalista na abordagem de problemas;
    3. procure alcançar flexibilidade organizacional e administrativa;
    4. favoreça e mantenha comunicações francas e autênticas;
    5. crie incentivos e recompensas à iniciativa de mudanças;
    6. trate com equidade direitos e prestígios individuais;
    7. considere fracassos anteriores e problemas pendentes;
    8. destrua a armadilha dos hábitos;
    9. olhe para a frente, aventure-se sempre, mas devagar;
    10. reforce e reconstrua sempre uma postura otimista perante a vida;
    11. procure sentir-se útil diante de problemas; veja o que pode fazer para resolvê-los;
    12. opte pela ação e pelo desenvolvimento pessoal para destruir os adversários da inovação: comodismo, estabilidade.
    Roberts (1985, p. 14), abordando a questão da administração de bibliotecas universitárias americanas, examina dois paradigmas dos bibliotecários acadêmicos - o líder1 (estreitamente ligado ao século 19 e seus ideais) e o gerente2 (associado à democratização e às novas tecnologias do século 20) - e considera que pode haver uma demanda pela síntese do melhor de ambos os modelos para a liderança na biblioteca deste século 21. Segundo Roberts, os bibliotecários acadêmicos americanos do século 19:
    [...] eram sábios com um compromisso com valores humanísticos, professores de livros que tinham o respeito e a consideração tanto do corpo docente quanto dos estudantes [...] eram generalistas e parceiros dos professores no processo educacional [...] eram ligados a uma área de assunto e conectados a um departamento, frequentemente ministrando cursos enquanto, também, dirigiam as bibliotecas [...] Além de participarem de suas atividades profissionais, tais como associações, encontros, discussões e conferências com outros colegas universitários, eram engajados em atividades de áreas relacionadas, tais como clubes de eruditos e sociedades de bibliófilos. Como outros cidadãos educados, eles também estavam engajados em atividades cívicas e responsabilidades que permeavam a sociedade americana durante aquele tempo, tais como clubes de serviço, organizações filantrópicas e grupos de igreja [...] eram líderes ativos, sábios e humanistas.
    Roberts considera que esse modelo de bibliotecário acadêmico tem sua origem associada às características do século 19: "uma era de humanidades, com filosofia e artes em posição elevada no currículo." Apesar de o mundo do conhecimento do século 19 ser caracterizado como enciclopédico, era, segundo Roberts, autocontido. Havia textos clássicos que todas as pessoas educadas conheciam e liam. Havia uma unicidade de propósito e um foco central para a vida acadêmica. O conhecimento era estável e podia ser dominado.
    Assim como a sociedade americana do século 19 refletia em suas bibliotecas uma visão de mundo humanística e erudita que caracterizava a própria época, o autor considera que a sociedade do século 20, caracterizada por "valores instáveis e transições, mudanças sociais e inovações tecnológicas", imprime seus reflexos nas biblio-tecas acadêmicas atuais e, consequëntemente, na atuação dos bibliotecários.
    O mundo do conhecimento tornou-se, segundo Roberts, o mundo de informação, e o bibliotecário acadêmico, de humanista, transformou-se em um especialista. Essa especialização contribui para o crescimento de formas burocráticas de administração inerentes às organizações e instituições complexas atuais. O modelo do bibliotecário universitário, aquele do gerente do século 20, tem estado sujeito às pressões inerentes às forças e transformações que o originaram.
    Roberts ressalta que os gerentes das bibliotecas universitárias atuais precisam estar atentos aos problemas decorrentes de sua atuação em uma instituição burocrática, cuja estrutura reforça a fragmentação e o isolamento de seus membros. Deve procurar sintetizar os atributos positivos do modelo de líder e do modelo de gerente mencionados, no sentido de criar uma administração adequada às necessidades das bibliotecas universitárias modernas.
    Peters e Waterman3, citados por Roberts, afirmam que os critérios incluídos na administração das melhores empresas em ação, na América, envolvem conceitos e atitudes afins à sólida performance financeira, à alta qualidade de produtos, à habilidade para inovar e ao alto grau de satisfação tanto de clientes quanto de empregados. Os autores citados constataram que a maior parte dos trabalhadores deseja trabalhar "duro" e produzir um serviço de qualidade. Porém, afirmam que esses desejos são frequentemente frustrados pelas próprias companhias, devido à má administração.
    Hayes4, também citado por Roberts, notou que os japoneses administram suas companhias bem, insistindo no básico. Fazer as coisas simples e fazê-las bem provou ser uma maneira bem-sucedida, para eles, de administrar. Os gerentes japoneses têm dado bastante atenção aos recursos humanos. Enfatizam o contínuo desenvolvimento das habilidades dos empregados e procuram contratar pessoas que se integrem bem ao grupo e compartilhem valores similares. Os trabalhadores admitidos são tratados como parte da comunidade e da vida da companhia. Há ampla rotatividade de tarefas, avaliação baseada em muitos níveis de critérios, e lenta, porém constante, promoção no emprego. Há um comprometimento com a companhia e seus valores. Os japoneses se preocupam tanto com seus empregados quanto com seus equipamentos e produtos, por verem seus empregados como capital humano. Com programas de enriquecimento de tarefas e atividades de treinamento, os gerentes japoneses conseguem aumentar o valor dos trabalhadores. Tanto para os gerentes quanto para os trabalhadores há lealdade e comprometimento com a companhia, atitudes remanescentes do líder de bibliotecas do século 19 (DRUCKER, 1974).
    Roberts considera que os gestores das bibliotecas acadêmicas atuais devem procurar reestabelecer os ideais de liderança do século 19, no desempenho dos valores da biblioteca universitária do século 20. Aconselha o replanejamento e a reestruturação de suas organizações, de modo a eliminar as posições que encorajam a impotência e a ineficácia da burocracia. Da mesma forma, recomenda que os bibliotecários acadêmicos se tornem líderes responsáveis, com a visão que caracterizava o mundo do bibliotecário acadêmico do século 19, pois o mundo do século 20 do bibliotecário acadêmico é um mundo de fragmentação cuja [...] visão é confundida com pedaços de sistemas, redes e métodos".
    Ainda na visão de Roberts (1985, p. 18), os bibliotecários acadêmicos administradores podem alcançar uma boa administração nesse complexo mundo de hoje, desde que desenvolvam estratégias de longo prazo, cuidadosamente trabalhadas e perseguidas com determinação, através de tempos bons ou ruins. Recomenda o estabelecimento de programas de treinamento e desenvolvimento dos empregados, o deslocamento do processo de decisão para perto do local de implementação, o fortalecimento dos serviços básicos antes de adicionarem outros e o comprometimento e a lealdade para com a visão ou objetivos da organização.
    Martell (1989, p. 74) afirma que a natureza do trabalho e seus correspondentes requisitos de performance estão sofrendo profundas mudanças. Isso implica novas discussões a respeito do enfoque a ser dado aos recursos humanos nas organizações.
    Os líderes corporativos e políticos americanos estão procurando construir nova estrutura institucional na qual excelência e alta performance sejam adotadas como normas culturais básicas. Para serem bem-sucedidos nesse esforço, os líderes têm de criar nova realidade para o empregado, incluindo alta qualidade de vida no trabalho. Entre as questões discutidas pela administração de pessoal praticada atualmente nas bibliotecas americanas, encontram-se motivação, desenho do emprego, qualidade de vida no trabalho, cultura organizacional, alta performance, excelência e inovação.
    Martell considera que alguns conceitos como produtividade e motivação têm sido comumente aviltados por uma atividade histórica e direcionada que ignorou e até rejeitou as necessidades do trabalhador por uma razoável qualidade de vida no trabalho. Dessa forma, o pensamento administrativo, desde a Revolução Industrial, entende a produtividade "como fazer alguma coisa mais depressa", colocando em segundo plano a preocupação com a qualidade. A motivação tem sido entendida como "uma força externa para ser aplicada sobre o empregado: eu motivei meu pessoal a trabalhar duro." Entretanto, continua Martell, a maioria dos pesquisadores vê a motivação como uma força interna que "energiza, direciona ou sustenta o comportamento". Para Martell, o estado motivacional do empregado pode ser, provavelmente, o mais crítico elemento para se alcançar a excelência, sustentado por pensamento de Herzberg5, que acredita que a motivação vem de dentro e não pode ser imposta externamente. Isso reforça a premissa de necessidade de o administrador ou gerente fixar as condições pelas quais a motivação interna do empregado possa ser energizada e sustentada.
    Conforme Martell, o "desenho" das tarefas pode motivar os empregados, gerando efeito benéfico sobre a satisfação e a performance. Geralmente, observa o autor, os administradores tendem a tratar os empregados "como instrumentos ou como extensões das máquinas, ignorando as características singulares do empregado, enquanto indivíduo." Considera ainda que os administradores de bibliotecas podem querer que os empregados façam maior investimento pessoal, mas cabe à organização trabalhar junto nesse sentido, para estabelecer um investimento organizacional equilibrado. Esse investimento deveria incluir trabalho projetado para:
    • exteriorizar as melhores qualidades em nossos empregados;
    • ter alta qualidade de vida no trabalho;
    • encorajar a busca de excelência dentro de uma cultura organizacional de alta performance (MARTELL, 1989, p. 79).
    Entre as dificuldades colocadas por Martell para que as bibliotecas utilizem os recursos de desenho de tarefas, ele inclui o desconhecimento do profissional a respeito de suas técnicas e a própria complexidade das bibliotecas, que são constituídas por níveis múltiplos (tarefa, função, unidade, departamento, divisão, etc.). Isso exige esforço coletivo e coerente dos seus diversos setores, para que as mudanças pretendidas surtam o efeito esperado, em termos de excelência e alta performance da organização como um todo. Tem sido demonstrado, segundo o autor, que, para propiciar um clima de respaldo para o redesenho do trabalho, os valores organizacionais em relação à biblioteca devem ser favoráveis e coerentes.
    Outro aspecto considerado por Martell que influencia a atuação profissional nas organizações diz respeito à qualidade de vida no trabalho. Suttle6, citado por Martell, define qualidade de vida no trabalho (QVT) como o grau em que membros da organização de trabalho são capazes de satisfazer importantes necessidades pessoais com suas experiências na organização.
    As necessidades pessoais podem ser satisfeitas mediante o "desenho" de funções que inclui as seis principais características de QVT: autonomia, desafio, expressão de criatividade, oportunidade de aprendizagem, participação na tomada de decisão e uso de uma variedade de valiosos talentos e habilidades.
    Hackman (1975) define enriquecimento de tarefa como o processo pelo qual uma pessoa obtém maior controle sobre os fatores que diretamente afetam seu trabalho e sugere que o administrador combine tarefas, forme unidades de trabalho naturais, estabeleça relações com clientes, adicione autonomia e abra canais de "feedback". Efetuando essas mudanças, ele aumentará os níveis de motivação e satisfação, atingirá melhor nível de qualidade de trabalho e alcançará menores graus de absenteísmo e rotatividade.
    De algumas das características identificadas como prescritivas das organizações, excelentes autores - entre eles, Martell - apontam a necessidade de estar próximo ao cliente.
    Tanto a estrutura organizacional das bibliotecas, quanto as normas que regulamentam o seu funcionamento interferem no comportamento e na imagem de seus profissionais, assim como nas possibilidades de acesso aos recursos informacionais nelas armazenados ou disponíveis. Muitas vezes, estruturas organizacionais mal planejadas e normas inflexíveis são causadoras da limitação relacionada ao grau em que as bibliotecas podem e têm sido responsivas às necessidades dos clientes-usuários e da sua própria comunidade de trabalhadores.
    O que se faz necessário, de acordo com Martell, é a criação de uma cultura de biblioteca que tenha, entre suas normas básicas, alta performance, serviços e programas responsivos e direcionados para o cliente, forte tendência rumo à inovação e urgência por excelência.
    Eliminar deficiências na estrutura organizacional das bibliotecas universitárias e flexibilizar normas profissionais podem tornar essas organizações mais responsivas tanto para a sua clientela de usuários, quanto para sua comunidade de trabalhadores.
    Ser responsivo envolve contínuo domínio do ambiente interno e externo a fim de saber sobre necessidades e expectativas da equipe de trabalho e dos usuários clientes, com o objetivo de desenvolver novas posturas gerenciais, assim como desenvolver e implantar programas e serviços em resposta a essas necessidades e expectativas.
    Barreiras e dificuldades decorrentes da estrutura organizacional e de normas rígidas, que limitam o grau em que as bibliotecas universitárias podem e têm sido responsivas, só serão realmente eliminadas caso seus gestores estejam preparados, empenhados e dispostos a criar uma cultura organizacional mais comprometida com a satisfação das pessoas, em seu ambiente de trabalho, e de sua clientela de usuários (DUARTE, 2000).
    A cultura de uma organização consiste, conforme Martell (1989), dos comportamentos aprendidos e dos significados compartilhados de seus membros e da transmissão destes aos novos membros. O autor considera que a filosofia tradicional da biblioteconomia, para alcançar excelência, deve buscar um direcionamento competitivo mais semelhante aos negócios e ao esporte. Exemplifica que, em bibliotecas,
    [...] curiosamente os bibliotecários de referência medem a quantidade (quantas questões eles recebem por hora), mas não a qualidade (quão efetivamente essas questões são respondidas), enquanto os catalogadores medem a qualidade (quão bem os livros catalogados ajustam-se a padrões relevantes), mas não a quantidade (quantos livros eles catalogam por hora) (MARTELL, 1989, p. 84).
    Gib Akin e David Hopelain (1986), destacados pelo autor, enumeram alguns elementos que fazem parte de um ambiente produtivo:
    • níveis pessoais internos de iniciativa e excelência;
    • efetivo trabalho de equipe;
    • identificação com a função;
    • orientação para os resultados;
    • suporte/apoio para as realizações;
    • uso autônomo de habilidades;
    • vontade de trabalhar "duro".
    Construir uma cultura mais produtiva é apenas uma das mudanças culturais que parecem necessárias às bibliotecas . Outras mudanças, em sua cultura, poderiam levar gerentes e respectivas equipes de trabalho a encorajar e facilitar a criatividade, a assumir riscos, a descobrir, dentro de si mesmos, novas fontes de criatividade e motivação que resultassem em benefícios individuais, organizacionais e coletivos.
    Os gestores ou gerentes de bibliotecas precisam descobrir novos caminhos e maneiras inovadoras de criar nova cultura bibliotecária a partir de uma cultura consensual.
    Estudos recentes indicam que os trabalhadores, de modo geral, estão satisfeitos com seus empregos, mas não com o tratamento dado a eles pela administração. Nas organizações em que as recompensas financeiras são limitadas, há maior premência de se criarem alternativas e ambientes de trabalho mais condizentes com as necessidades internas das pessoas. A realização pessoal, na maioria das vezes, decorre de um excelente trabalho e esforço de equipes.
    O sucesso gerencial é baseado em trabalho individual, na condição de gestor, e no trabalho e esforço coletivo de todo o capital humano constituinte das organizações.
    Os gestores das bibliotecas universitárias devem ter consciência clara de seu papel. Clara definição do papel profissional é requisito básico para o desenvolvimento de um conjunto bem construído de metas pessoais.
    Sob essa perspectiva, Richard Steers e Lyman Porter, citados por Martell (1989, p. 88), afirmam que cada administrador deveria buscar:
    • desempenhar um papel ativo na administração dos processos de motivação no trabalho - mediante comportamento consciente e intencional;
    • estar atento quanto às próprias forças e fraquezas e quanto ao seu papel na organização;
    • aumentar sua sensibilidade para variações nas necessidades, habilidades e características dos empregados;
    • ser capaz de identificar empregados com performance superior e recompensá-los;
    • melhorar a clareza de seus subordinados em relação à função e papel;
    • aumentar a quantidade de atenção dada à qualidade do ambiente de trabalho, incluindo dinâmica de grupo e clima organizacional;
    • avaliar as atitudes do seu pessoal em uma base contínua;
    • permitir aos empregados participar mais integralmente em processos destinados a atingir a eficácia organizacional.
    Discussões atuais acerca dos termos "administração de pessoal e administração de recursos humanos" e de seus respectivos significados apresentadas por Jin Xudong (2006) mostram que o ponto essencial de diferença entre eles consiste exatamente na filosofia inerente à administração de recursos humanos. Ela coloca as pessoas em primeiro plano, vistas como um recurso propriamente dito. A pessoa é um elemento humano em posição de destaque na organização, um líder que promoverá, através de caminhos consistentes, a construção de alta performance em seus respectivos ambientes de trabalho. A natureza da administração das bibliotecas centrada nas pessoas é humanizada e humanizadora. Transforma a pessoa em principal recurso que a biblioteca possui e usa para prover seus serviços rotineiros, assim como para viabilizar a implantação de um planejamento estratégico. Administradores, gerentes ou gestores apresentam-se como administradores de recursos humanos eficientes, quando conseguem mobilizar seu entusiasmo e de outros componentes de sua equipe, de modo a atingir níveis altos de adesão e comprometimento, atraindo iniciativas em prol de seu trabalho. O resultado ideal é uma administração centrada nas pessoas, a fim de criar e desenvolver nova cultura nas bibliotecas, isto é, um ambiente harmonioso no interior de trabalho dessas organizações, conclui Jin Xudong (2006).
    Dentre pontos que devem ser considerados pelo grupo de trabalho da biblioteca universitária, o autor destaca os seguintes: colaboração, trabalho em equipe; flexibilidade; cortesia, respeito mútuo; oportunidades de crescimento profissional; apreciação e reconhecimento; honestidade e confiança; autonomia; tratamento igualitário entre as diversas categorias profissionais.
    Tendo em vista o objetivo essencial deste trabalho, que incluiu destacar alguns resultados de estudos que pudessem delinear uma visão panorâmica, além de suscitar reflexões acerca dessa questão em contextos das bibliotecas universitárias contemporâneas, serão expostas, a seguir, as últimas considerações sobre o tema.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS
    A literatura especializada que se consultou para leitura e discussão, apresentada sumariamente neste artigo, mostra caminhos alternativos a seguir por gestores das bibliotecas universitárias dispostos a pensar e agir em prol de mudanças que considerem necessárias e benéficas em suas organizações. A literatura divulgada por esses estudiosos, relativas à gestão de recursos humanos ou capital humano, reflete, em última análise, as expectativas e as exigências da sociedade em termos dos papéis que os administradores deveriam desempenhar perante os contextos nos quais exercem o seu trabalho gerencial. Da mesma forma, ressaltam as expectativas das pessoas trabalhadoras em termos de se dar mais atenção às vertentes humanitárias da administração. Além disso, divulgam técnicas e alternativas que podem auxiliar os gestores ou aqueles que lideram as bibliotecas universitárias a rever sua prática e postura profissionais em prol da performance da organização e das pessoas que nelas trabalham.
    Entre as responsabilidades dos gestores das bibliotecas universitárias, estã os cuidados relacionados à contratação de bibliotecários bem qualificados e em número adequado às necessidades do setor; às ofertas de oportunidades de capacitação, qualificação contínua, às ofertas de apoios e de manifestação de reconhecimento dos progressos individuais dos trabalhadores, à promoção de avaliações periódicas da performance e à satisfação de sua equipe de trabalho. São questões importantes que devem ser assumidas pelos gerentes de bibliotecas.
    Embora parte razoável dos documentos apresentados neste artigo date das décadas de 80 e 90 do século passado, confrontando-os com vários trabalhos mais recentes sobre a temática, tanto constantes da literatura nacional quanto da internacional, constataram-se a atualidade de seus conteúdos e a pertinência dos tópicos destacados. Os conteúdos integram pautas de discussões e constituem linhas de pesquisas, focos de estudos e de pesquisas em andamento, criação de publicações periódicas ou de fascículos especiais, tendo entre tema central abordagem dedicada a assuntos como "gestão de capital humano em organizações, gestão de talentos, gestão de informação e do conhecimento, gestão de pessoas, gestão com pessoas, gestão de bibliotecas ou unidades de informação, administração participativa", entre outros, que comprovam a relevância crescente da administração de recursos humanos para as ciências sociais (TRANSINFORMAÇÃO, 2000; FERNANDEZ-ALLES; RAMOS-RODRIGUES, 2009).
    As proposições expressas em documentos mais recentes, registradas em artigos e outros tipos de documentos e publicadas a partir do ano 2000, alertam os gerentes das bibliotecas universitárias ou acadêmicas quanto à importância que deverá ser dada ao trabalho de conscientização e de sensibilização das autoridades governamentais e universitárias, em prol do desenvolvimento harmonioso dessas unidades de informação, que devem se engajar em novos modelos educacionais idealizados para a sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem (PESTANA, 2003).
    Dotar essas instituições de gestores ou líderes capazes de superar desafios estruturais das mais diversas ordens, conciliar interesses conflitantes e adversos, de modo a alcançar a convergência entre interesses imperativos universais, organizacionais e individuais, constitui talvez o maior desafio coletivo desse limiar do século 21.
    Modificam-se culturas das bibliotecas a partir da mudança de atitudes das organizações que as sustentam, das pessoas que as gerenciam e das demais equipes que nelas desenvolvem suas atividades profissionais.
    Estar atento às marcas que parecem delimitar transições entre século 20 e 21 também compete aos responsáveis pelas bibliotecas universitárias atuais. A realidade que se apresenta nos ambientes de trabalho contemporâneos parece comprovar a existência de um descompasso com o desenvolvimento tecnológico já alcançado, que deveria propiciar o surgimento de uma nova humanidade, unificada "graças ao desenvolvimento técnico, base sólida para uma ação humana mundializada", e não perversa, tirana e competitiva como se apresenta em era da globalização (SANTOS, 2001).
    Recomenda-se, portanto, às instituições, aos gerentes e às equipes de trabalho, empenharem-se, ao máximo, a fim de dominar conhecimentos multidisciplinares e humanizadores, que os levem a alcançar a sabedoria necessária, de modo a alcançar objetivos sociais coletivos, justos e legítimos, superando os desafios impostos às agências sociais e às pessoas, nesses tempos de globalização, totalitarismo, sociedade da informação, sociedade do conhecimento e da aprendizagem, era da competitividade acirrada e dos apelos à produtividade exacerbada...
    Até o momento em que uma realidade for vista como algo imutável, superior às forças de resistência dos indivíduos que assim a vêem, a tendência destes será adotar uma postura fatalista e sem esperança. Ainda mais e por isso mesmo, sua tendência é procurar fora da própria realidade a explicação para a sua impossibilidade de atuar (FREIRE, 1986).

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    Artigo submetido em 26/11/2008 e aceito em 16/07/2009


    1 "Líder, o que lidera, como guia, condutor, chefe, comandante."
    2 "Gerente, o que administra; diretor, uma pessoa que conduz negócios com economia."
    3 In search of excellence : lessons from America's best-run companies. New York: Harper & Row, 1982. 360 p. Obs.: Em 1995 foi publicado pela editora HarperCollins, de Londres. Existe tradução para o português intitulado: Vencendo a crise: como o bom senso pode superá-la.
    4 HAYES, R. Why japanese factories work. Harvard Business Review, p. 57-66, July/Aug. 1981.
    5 HERZBERG, F. One more time: how do you motivate employees? Reprints and coments. Harvard Business Review, v. 65, p. 109-120, Sept./Oct. 1987.
    6 SUTTLE, J. L. Improving life at work-problems and prospects. In: HACKMAN, J. R.; SUTTLE, J. L. Improving life at work: behavioral approaches to organizational change. Santa Mônica, CA: Goodyear, 1977.
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