comércio eletrônico e o desrespeito ao consumidor
Ávidos pelo avanço tecnológico, facilidades, agilidade, rapidez e todos os adjetivos qualitativos superiores, que são pertinentes à era cibernética, deveras, desejávamos que toda essa constelação verbal fizesse pano de fundo ao popular comércio eletrônico.
Velhas organizações tradicionais, aquelas mesmas que estamos acostumados a levar 30 minutos na fila (quando a mesma está rápida) ou até 1 hora, vide as LOJAS AMERICANAS, também enveredaram pela onda virtual. Outras marcas, exclusivamente virtuais, surgiram e plantaram um tradicionalismo nesse campo promissor, a exemplo da SUBMARINO.COM. Evidentemente, toda essa competitividade, favorece, ou pelo menos deveria favorecer, o cliente que passa a contar com um cardápio variado.
Entretanto, dentre a vasta opção, versa, consoante, o desrespeito ao consumidor, que termina sendo ludibriado pela facilidade virtual, que é bem mais nefasta do que a velha, longa e demorada fila das lojas físicas, o contato de balcão, junto ao vendedor e a segurança da presença do “gordinho de gravata”, eu não, mas o gerente.
Prazos de entrega estúpidos (alguns suplantando 60 dias – 2 meses), estoque virtual (há uma foto e o preço do produto, mas ele não existe fisicamente), entrega feita por empresas despreparadas (quando você tem a sorte dessa ocorrer) revelam a verdadeira face do comércio virtual. A única rapidez existente é o confirmar da compra e o débito no seu dinheiro de plástico. Depois disso, caro (a) amigo (a), sua peregrinação começa!
Quando há algum problema, com quem reclamar? Seu computador? Um e-mail, padrão, que depois que você faz um envio, imediatamente, já chega uma resposta comprada feita informando que providências estão sendo adotadas? Ora bolas, nem conhecimento de causa há e já existe uma suposta resolução. Com quem reclamar? Quando você escuta uma voz que interage contigo, a mesma é norteada pelo sistema que você, também, tem acesso em sua casa, ou seja, NADA x NADA.
Nesse emaranhado cibernético de fibras óticas, você tem que ter uma visão muito atenta e uma tremenda paciência, pois aliada a uma justiça morosa, regras indefinidas e impunidade, as empresas virtuais deitam, rolam e roubam e notamos, cair por terra, todas as facilidades que o mundo virtual poderia propiciar.
Sendo assim, sinto saudade do gordinho de gravata, não Deivisson Lopes, mas o gerente que ao receber a reclamação, ligava, conversava, resolvia e batia o carimbo pra resolver sua questiúncula.
Deivisson Lopes é bibliotecário, formado pela UFBA – UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA