quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Caso Panamericano.
Silvio Santos é do bem!
Sidney Rezende | Sidney Rezende | 13/11/2010 00h38O povo brasileiro é sábio.
Para ele, Silvio Santos é apenas Silvio Santos. Ele é popular, querido, respeitado, admirado e reconhecido pelo seu extraordinário talento de persuasão. Um dos mais incríveis homens de comunicação da história.
Silvio Santos se dá ao luxo de não precisar ser chamado de empresário, animador, apresentador, ícone ou o que o valha. Silvio Santos é Silvio Santos. E estamos conversados.
Silvio Santos é um dos mais extraordinários brasileiros do nosso tempo. Ele provou com singeleza macunaímica que o Forest Gump não é americano, é brasileiríssimo. É alguém que convenceu até o sequestrador da filha a mudar de ideia quanto a maldade que pretendia praticar.
Silvio, de camelô, tornou-se um dos mais carismáticos personagens da vida brasileira. Dane-se se erros crassos praticados por colarinhos brancos muito bem remunerados por ele o empurraram para o buraco. Dois bilhões e meio de reais é valor difícil de ser pago. Os bancos vão cravar suas garras no nosso herói. Alguém aí pensou que pudesse ser diferente?
Quando Silvio Santos imaginou que pudesse ser presidente do Brasil, seus concorrentes se aliaram ao atraso, a militares de pijama e à velhacaria da política brasileira. E o impediram de prosseguir na campanha.
Agora, Silvio é um senhor de 80 anos. Ele enterrará sua velhice num emaranhado de números contábeis. Fico triste por ele. Na altura do campeonato, se o "SBT" prosseguir sobre o seu comando, ou se mudar de mãos, pouco importa. Não dá mais tempo para ser como antes.
Silvio Santos será sempre Silvio Santos. Um cara inteligente, cheio de imaginação e que ousou construir um palácio no deserto. Foi lá sem saber que era impossível e fez.
Silvio Santos é exemplo para gerações. Já o tal Fundo Garantidor, ninguém saberá o que isto significa com o passar dos anos.
Silvio Santos, sim, é o cara!
Parentes de Silvio Santos e Íris Abravanel serão demitidos
De Ricardo Feltrin, da Folha.com
A fraude bilionária que pôs abaixo o império construído por Silvio Santos nos últimos 50 anos vai provocar a demissão de ao menos 40 parentes do empresário e de sua mulher dentro do Grupo SS.
Silvio tomou a decisão de por fim ao "nepotismo" no Grupo SS na sexta-feira (12), em reunião com seus advogados. A equipe teria concluído que a colocação de parentes em altos cargos de direção e confiança foi o principal motivo para que a fraude ocorresse.
A única empresa do grupo que deve escapar do "corte de parentes" deve ser justamente o SBT.
Na emissora trabalham hoje, entre outros, em cargos de direção, um sobrinho de Silvio Santos, Guilherme Stoliar, e seu primo Leon Abravanel. Ambos têm sido ouvidos pelo empresário e acompanhado as investigações.
REVOLTA
Segundo a Ooops! apurou, a revolta maior com o escândalo de R$ 2,5 bilhões, que praticamente quebrou o PanAmericano, tem sido das filhas e da mulher de Silvio Santos, Íris.
A mais ressentida é uma das filhas do empresário, Patrícia (sequestrada em agosto de 2001), que chegou a trabalhar diretamente com Rafael Palladino, até então presidente do banco.
Silvio se reunirá com diretores, gerentes e elenco do SBT a partir desta segunda-feira, com o objetivo de acalmar os funcionários, temerosos com os desdobramentos do escândalo.
Finanças de Bolso - Época Negócios
Época Negócios – Finanças de Bolso
PanAmericano: auditores na berlinda
seg , 15/11/2010
Alexandre Teixeira
PanAmericano Há diversos focos de perplexidade e preocupação no mercado, na esteira das fraudes descobertas na contabilidade do banco PanAmericano. De longe, porém, a maioria se concentra no vacilo das firmas de auditoria que aprovaram as contas da instituição financeira.
Pelo volume das operações de crédito de um banco, sua checagem pelos auditores é feita por amostragem. Há o risco de que uma manobra como a descoberta - em que uma carteira de crédito é vendida a outra instituição, mas permanece na coluna de ativos do banco – passe despercebida. Mas no caso do PanAmericano as operações suspeitas são equivalentes a quase duas vezes o patrimônio da instituição. Daí a dificuldade do mercado em entender como não se percebeu que havia algo errado.
Uma prática de auditoria deveria identificar um “erro” contábil tão evidente. Chama-se circularização. É o envio de uma correspondência a uma fonte externa, pedindo para confirmar um débito ou um crédito à empresa auditada. A medida tem dois objetivos: comprovar que o saldo é correto e testar a eficiência dos controles internos. Levando em conta que o caso do PanAmericano envolve cerca de 35 mil operações de crédito, a probabilidade de que um problema fosse detectado era enorme.
No caso da venda de uma carteira de Crédito Direto ao Consumidor para um banco maior, o auditor deveria consultar a instituição financeira compradora.
Quem estava no mercado em 1995 lembra-se de que a fraude que dizimou o Banco Nacional era semelhante. E que era a KPMG quem o auditava. A firma, porém, foi acusada de terceirizar a circularização para a auditoria interna do banco, que fraudaria as respostas das fontes externas supostamente consultadas.
No caso do Nacional, contas externas eram reativadas, e concedia-se crédito para seus titulares – tanto pessoas físicas como jurídicas. Desse modo, o banco inflava o “contas a receber” de seu balanço.
A auditora do PanAmericano é a Deloitte. Mas a KPMG foi contratada pelo Banco Fator (que assessorou a CEF na compra de sua participação) para fazer uma due dilligence nas contas do banco. E, teoricamente pelo menos, uma due dilligence é muito mais profunda que uma auditoria de rotina. Ela é feita para confirmar a existência de ativos e procurar passivos eventualmente escondidos, conforme explica Julio Sergio Cardozo, professor do MBA de gestão financeira, controladoria e auditoria da FGV.
Mas as firmas de auditoria não são as únicas responsáveis por esse tipo de supervisão. O BC tem culpa no cartório. Afinal, monitora o sistema financeiro nacional e tem condições de controlar as operações de compra de carteira. É verdade que, formalmente, essa responsabilidade nunca lhe foi atribuída. Mas o caso do PanAmericano pegou tão mal que o BC planeja mudar a legislação para evitar fraudes com a venda de crédito.
Outro foco de inquietação diz respeito ao investimento feito pela Caixa Econômica Federal no ano passado para adquirir 49% do capital do banco de Silvio Santos. Para dizer de forma branda, é antinatural a Caixa ter comprado metade de uma instituição que não lhe agrega nada do que normalmente se procura numa aquisição.
Dada a desproporção entre o tamanho da gigante estatal e do banquinho médio, não é por capilaridade que o PanAmericano lhe interessava. Nem por lhe abrir qualquer canal novo de distribuição de produtos financeiros. Pode-se descartar, também, os demais motivos usuais: gente qualificada, domínio de mercados, produto inovador. Para não falar em afinidade cultural.
É uma situação radicalmente diferente da que se viu quando o BB comprou a Nossa Caixa. Aquela operação fazia todo sentido, visto que o banco estatal de São Paulo tinha uma proeminência no mercado paulista que faltava ao Banco do Brasil.
Mais uma vez, sobram críticas também às agências classificadoras de risco, como Moody’s e Fitch, que concederam nota máxima ao PanAmericano.
E esquenta a discussão sobre o modo de atrelar o pagamento dos gestores aos resultados das empresas onde trabalham. A respeito da afirmação, feita neste blog pelo investidor Lirio Parisotto, de que a culpa pelas fraudes deve ser atribuída a prêmios oferecidos a executivos por lucros de curto prazo, o PanAmericano diz que não paga bônus a diretores. Curiosamente, porém, Silvio Santos afirma que uma “maquiagem” ocultava o déficit no banco, numa malandragem de seus executivos para “garantir seus prêmios”.
Há, por fim, o temor de que as fraudes do PanAmericano sejam apenas as primeiras a aparecer publicamente. Gente com décadas de experiência em auditoria adverte: a descoberta de um jeito de fazer dinheiro aproveitando uma brecha nos controles nunca é um caso isolado. Não por muito tempo.
''Está todo mundo triste. O Silvio não merece''
Apresentador não tem dúvida de que o patrão e amigo vai se recuperar e não acredita que ele se desfaça do SBT
14 de novembro de 2010 | 0h 00
Se um dia eu perder tudo, tenho certeza de que recupero tudo novamente." A frase, dita por um Silvio Santos 30 anos mais jovem, parece profética e revela um pouco da personalidade da figura que se tornou mítica com o passar do tempo.
Quem relembra as palavras do "patrão" é o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, amigo de Silvio há 56 anos e filho de Manoel da Nóbrega - primeiro "homem da Praça" e primeiro "homem do Baú". Em 1958, quando Manoel da Nóbrega viu seu negócio de venda de carnês desandar, chamou o grande amigo Silvio, então radialista, para botar ordem na casa. E foi a atividade que rendeu fortuna ao hoje dono do Grupo SS.
Anteontem, Carlos Alberto conversou com o Estado, falou de sua amizade com Silvio, do clima no SBT, e contou como o amigo ajudou financeiramente a sua família. "Ele tem muita garra. Nem agora é coitadinho. Tenho certeza de que ele vai sair dessa."
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como está o clima no SBT depois de todo o escândalo no Panamericano?
Está todo mundo triste. O Silvio não merece. É uma pessoa maravilhosa, um patrão honesto, uma pessoa íntegra, mas todo mundo tem certeza de que vai sair dessa. Porque sempre procurou viver dentro de uma lealdade. Manteve a palavra, paga os prêmios direitinho.
Acha que ele tem estrutura para aguentar um baque desses aos 79 anos?
Tem. Conheço o Silvio desde os meus 18 anos e ele tinha 24. Hoje eu tenho 74 e ele vai fazer 80. O primeiro carro que ele comprou fui eu que arrumei. Posso garantir que isso aí não vai derrubá-lo.
Você ficou apreensivo com a possibilidade de venda do SBT?
Não. Estou apreensivo pelo Silvio. Ele foi, talvez, o único amigo do meu pai. O que estou fazendo é pedir para ele sair dessa. Sou espiritualista. Você pode achar isso pieguice, mas juro que ontem me ajoelhei e pedi a Deus que fizesse com o Silvio o que o Silvio fez para meu pai.
E o que ele fez?
Meu pai era um péssimo comerciante e, há uns 40 anos, teve uma firma de trava de segurança de automóveis que foi à falência. O Silvio pagou todas as dívidas do meu pai e nunca cobrou. Meu pai pegou todas as escrituras das propriedades dele e entregou para o Silvio, como garantia de pagamento da dívida.
Como o Silvio fez agora?
Exatamente. Mas, um ano depois, meu pai recebe um telefonema da secretária do Mário Alpino, presidente do Grupo Silvio Santos na época, pedindo para ele ir lá tratar dos documentos. Quando meu pai recebeu o envelope, viu que o Silvio devolveu as escrituras, e o Mario Alpino disse: "O Silvio quis devolver as propriedades, mas pediu que isso fosse feito quando ele estivesse viajando. Ele não quer que você o agradeça." Puxa! Depois disso, como é que eu fico? Eu como merda se for preciso pra ajudar o Silvio. Sou eternamente grato. Trabalho no SBT há 23 anos e nunca pedi um centavo de aumento. Jamais sairia de lá, só se me mandassem embora. E, olha, eu acho mais fácil o Silvio vender a alma ao diabo do que vender o SBT. É a vida dele. Uma vez ele disse: "Carlos, eu gosto mais do público que da minha família" - tá certo que foi numa época que eles não estavam muito bem (em casa).
Você chegou a ligar pra ele?
Não, ele não atende. Aprendi a conviver com o Silvio. Fomos melhores amigos. Depois fui trabalhar com ele, virei diretor artístico, mas tive uma série de atritos, até que achei melhor sair do cargo e manter a amizade. Hoje me preocupo somente com os assuntos da Praça.
Mas se vocês são amigos, não era hora de ligar?
Não é a hora. Hoje não falo com o Silvio. Faço que nem Jânio Quadros: bilhetinhos. E ele me responde sim ou não. Porque ele tem mil problemas na cabeça. E o que vou oferecer? "Quer R$ 10 mil emprestado?" Eu não tenho. Ele não é coitadinho. O que fica talvez é uma decepção.
Você conhece o Rafael Palladino?
Não conheço ninguém de lá. Vi o Palladino num réveillon, quando inauguraram o hotel (Jequitimar) no Guarujá. Ele é um senhor grisalho, mais baixo do que eu, gordinho. Mas, se passar na rua, não sei quem é.
O Silvio é um empresário muito dedicado? Ele chegou a dizer que nunca pisou no banco.
Super, super, superdedicado. Mas sabe que isso de ele não ir ao banco pode ser verdade. Você não imagina a vida desse homem. Eu não consigo ver o Silvio na mesa do banco (risos). Ele vai quase todo dia lá na televisão... Só sei que estou do lado dele para o que der e vier.
A Jequiti Cosméticos, uma das 44 empresas do Grupo Silvio Santos, é considerada pelo presidente da companhia, Lásaro do Carmo Jr, a "joia da coroa" do conglomerado e deve ter papel preponderante na operação de salvamento do Banco Panamericano.
Segundo o Estado apurou, ela é avaliada em R$ 800 milhões pelo mercado. A outra empresa mais valiosa do Grupo é o próprio Panamericano, cujo valor do controle é estimado em R$ 1 bilhão. O patrimônio do Grupo é calculado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em R$ 2,7 bilhões, mas somente a venda dessas duas empresas pode render quase R$ 2 bilhões.
Além de mais valiosas, as empresas do grupo ligadas ao varejo - além do banco e da empresa de cosméticos, inclui o Hotel Jequitimar e outros empreendimentos imobiliários - têm mais liquidez e, portanto, são as mais fáceis de serem passadas para frente. O mesmo não acontece com a Liderança Capitalização (Tele sena) e o Baú da Felicidade. E a situação fica ainda mais difícil no negócio das emissoras de TV. Além de se tratar de concessão a pessoa física, há restrições à participação de estrangeiros nos meios de comunicação.
"Todo mundo está de olho na Jequiti: fundos de investimento e empresas concorrentes. No momento, a empresa ainda não está à venda. Temos solidez e queremos alçar voos maiores", diz Carmo Jr. Ele não revela se a empresa, especializada em venda direta de cosméticos e que concorre com gigantes do setor, como Avon e a Natura, tem lucro. Mas ressalta que a geração de caixa é positiva. Isto é, a companhia se sustenta operacionalmente e não precisa recorrer com regularidade a bancos.
Salto. Outro fator que faz da empresa a "joia da coroa" é a sua rápida evolução. Fundada em 2006, a Jequiti deve fechar este ano faturando entre R$ 380 e R$ 400 milhões, com crescimento de 80% em relação a 2009. Desde 2007, a receita foi multiplicada por 20. Hoje tem 160 mil revendedoras. Até dezembro serão 170 mil.
Se a projeção de vendas para este ano se confirmar, a Jequiti responderá por cerca de 10% da receita do grupo. A perspectiva é de que o faturamento atinja R$ 1 bilhão até 2013 e essa unidade se torne o pilar do conglomerado até 2015, ao lado do Banco Panamericano, prevê o executivo.
Apesar do revés sofrido na semana passada, com a descoberta de uma fraude no Panamericano, que levou Silvio Santos a ter de dar o conglomerado em garantia para obter um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do FGC, Carmo Jr. está otimista. Diz que os planos da Jequiti de ter a primeira fábrica e de construir novos centros de distribuição em Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Belém (PR) estão mantidos.
"Continuamos em voo de cruzeiro e vamos ter de trabalhar mais", afirma o executivo. Ele conta que o projeto da fábrica está pronto. A meta é iniciar as obras em janeiro de 2011 e colocá-la em operação no início de 2013.
A indústria, que será erguida no complexo Anhanguera, onde fica o SBT, está orçada em R$ 80 milhões. A companhia vai buscar no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros agentes financiadores os recursos.
"Não ter uma fábrica é um fator limitador de crescimento", diz Carmo Jr. Atualmente, a empresa vende 750 itens, dos quais 500 cosméticos e 250 não cosméticos. A formulação dos cosméticos é desenvolvida pela Jequiti e os produtos são fabricados por sete indústrias.
Segunda-feira passada, véspera do anúncio da operação de salvamento do Panamericano, a Jequiti ganhou o 18.º Prêmio Atualidade Cosmética, como melhor empresa do ano, à frente de Natura e Unilever, pelo crescimento de 153% no primeiro semestre.
O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo, com vendas de R$ 12,9 bilhões em 2009. A venda direta é o canal que mais cresce depois das franquias. Procuradas pelo Estado, a Natura informa que não se interessa pela Jequiti e a Avon não fala sobre a concorrência.
Quase uma semana após a divulgação das fraudes nos balanços do Banco PanAmericano, o movimento na única agência da instituição em Curitiba, e as vendas de títulos da TeleSena, realizadas nas loterias, seguiam dentro da normalidade. Questionados pela reportagem de O Estado, os clientes se dividiam entre aqueles que desconheciam o problema e os que literalmente apostavam na credibilidade do apresentador Sílvio Santos, que também é presidente do principal grupo acionista e controlador do PanAmericano. Na agência, os funcionários não estavam autorizados a se pronunciar sobre o caso, nem falarem sobre eventuais mudanças na rotina do banco. Pelo que foi observado, haviam clientes entrando e saindo a todo instante do local, sendo que em determinados momentos, tinha a necessidade de retirar senhas para o atendimento. Um dos clientes foi o jovem Ricardo Ernani Melara Oliveira, de 20 anos. Trabalhando como estagiário em outro banco, que garante ao rapaz uma renda mensal de R$ 800, ele havia acabado de retirar um cartão de crédito do PanAmericano com um limite equivalente ao dobro do seu salário. “No cartão do PanAmericano, terei um limite de R$ 1,6 mil, o que vai me ajudar a comprar uma TV sem pagar juros”, acredita o jovem, que também possui um cartão de crédito do banco onde trabalha. Ao ser questionado sobre as notícias envolvendo o PanAmericano, ele disse que não tomou conhecimento. “Não sabia, mas acho que não haverá problemas para mim”.
O proprietário da Loterias Muricy, Auxílio Suguimoto, não observou qualquer diferença na movimentação relacionada a vendas e trocas de TeleSenas. Por muitos anos, o estabelecimento foi um dos recordistas no comércio de TeleSenas e a procura continua intensa. “Em algumas promoções como às relacionadas ao Natal e Dias das Mães, o lote de 500 unidades não dura um dia”, comenta o proprietário.
Papa-Tudo
Para Suguimoto, a torcida é para que todos os problemas do PanAmericano sejam resolvidos antes de causar qualquer interferência na credibilidade dos títulos. “Até hoje sentimos o impacto negativo do escândalo do Papa-Tudo. Nem dá para imaginar como será se algo de errado ocorrer com a TeleSena que é muito mais consolidada”, avalia o proprietário. “É impressionante a credibilidade e o carinho que a população deposita nos produtos do Sílvio Santos”, completou.
O Papa-Tudo, que era administrado pela corretora Interunion, lesou milhões de pessoas que, a exemplo da TeleSena, compravam títulos de capitalização da empresa com direito a cupom e sorteios na televisão. A fraude foi detectada entre os anos de 1994 e 1995 e, segundo o Ministério Público Federal, os gestores simulavam lucros com falsos dados contábeis, mas não possuíam reservas técnicas nem para o reembolso.
No caso do banco do Grupo Sílvio Santos, indícios apontam que as irregularidades supostamente cometidas pela diretoria do PanAmericano resultaram em rombo de quase R$ 2,5 bilhões.
Caixa preta
Sob o ponto de vista econômico, muitas questões sobre o PanAmericano seguem obscuras. Para o economista do Conselho Regional de Economia do Paraná Carlos Magno Bittencourt, por enquanto, faltam subsídios sobre o caso. “Ainda não foi aberta a caixa preta do PanAmericano, mas alguns eventos deste ano, como o encontro entre o presidente Lula e o apresentador Sílvio Santos, antes do primeiro turno, sinalizam que o caso possui várias nuances que até o momento não foram trazidas à tona”, alerta o economista.
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